Como os nossos leitores devem calcular,
atendendo ao seu elevado número, não podemos dar pronta resposta a todos os
emails que recebemos e não publicamos aqueles onde nos tecem rasgados elogios.
Esta semana recebemos um email curioso que dizia assim: “Boa tarde. Já fui aluna do Sr. João há muitos anos atrás (Zorba, Pastor
Alemão dourado). Adquiri um novo cão e gostaria de o treinar. Alguém de
confiança na zona de Cascai? Obrigado”. Como a mensagem pouco esclarecia
acerca daquele binómio, respondemos do seguinte modo: “Eu lembro- me do teu nome e do nome do cão, ambos parecem-me
de boa memória. Por favor conta-me mais detalhes sobre ambos e sobre a vossa
permanência na Acendura Brava em Alcainça. Obrigado”.
Rapidamente obtivemos resposta ao que
havíamos solicitado: “Bom dia. Penso que
se lembra desta peste. Era filho da Dory e do Dingo do Júlio Vitorino. Partiu a
27 de Outubro do ano passado, com os seus respeitáveis 15 anos. Quando
frequentei a escola, estava a viver com o meu companheiro anterior. Depois da
partida do Zorba, acabei por adquirir um pastor de linha moderna. Um
rampeado... que se revelou ser dos melhores cães que já tive. É filho do Namir
Von Arminius 2000, criação Pastor do Paiva. Equilibrado, calmo sem ser
letárgico. Muito observador e propenso para a aprendizagem. Está com 5 meses e
meio e está na altura de começar os treinos com ele. Descobri o blogue há uma
semana. Se soubesse, teria pedido orientação para escolher o cão. Mas já está
feito”. Com a resposta chegaram-nos também duas fotos, uma primeira que
antecede este parágrafo e que mostra o Zorba no esplendor da sua juventude e
uma segunda referente à sua velhice ao lado da dona como podemos ver a seguir.
Lembramo-nos muito bem do Zorba, dele e
doutros tantos valentes que produzimos, Pastores Alemães vermelhos que nunca viravam
a cara à luta e que defendiam até às últimas consequências os seus donos e
haveres, companheiros seguros, rijos, solícitos, saudáveis, incansáveis, impolutos
e incorruptíveis que apesar de desaparecidos, continuam vivos na nossa memória
pelo tanto que nos deram. Afortunadamente deixaram descendência, sabemos por
onde andam e em que mãos se encontram, apesar de não serem muitos. Face ao que
nos foi dito acerca do Zorba, agrada-nos saber que este valente durou 15 anos,
orgulhamo-nos de o havermos seleccionado e treinado, e emocionamo-nos ao
soletrar o seu nome! E a verdade é esta: quando morre um cão destes parte de
nós vai com ele e sentimo-nos mais sós.
Sem comentários:
Enviar um comentário