sábado, 4 de fevereiro de 2017

NOTA EDITORIAL: A SEITA E A CHUVA

Há alguns anos atrás, um menino que hoje já é papá, pouco dado ao exercício físico e mais chegado aos desportos motorizados, alcunhou a Acendura Brava de “seita”, aludindo à militância visível nos alunos desta Escola que não se detêm debaixo de sol ou chuva, quer seja dia ou noite, mostrando igual empenho e desempenho debaixo de circunstâncias climatéricas excepcionais, trocando o seu conforto pelo apego ao adestramento. Apostados na mesma tradição, os Binómios Hugo/Tyson e Paulo/Bor trabalharam hoje debaixo de chuva intensa e sem protesto na procura de melhor capacitação.
O Plano de Aula foi cumprido através de exercícios de condução dinâmica que induziram à prática de obstáculos tácticos e de endurance (fossa e muros). Os objectivos propostos foram alcançados e o Bor mostrou a aptidão que sempre notabilizou a linha Rhein-Möselring, vencendo de imediato e em liberdade a fossa para que foi desafiado, o que  também coloca de parabéns o seu criador, porque soube conservar incólume a tradição que recebeu.
Quanto à Acendura ser uma seita, sê-lo-á se entendermos esse adjectivo como sinónimo da nossa dedicação aos cães, o que longe de nos defraudar antes nos dignifica, porque continuamos a apostar na adaptação, salvaguarda e operacionalidade dos animais que nos foram confiados, compromisso que não desprezamos e que nos faz ir para diante. E se amanhã, no meio duma intempérie ou de uma forte trovoada, vir um binómio isolado a marchar no meio da rua, é bem possível que seja um “acendra”, porque dificilmente encontrará outros, já que a maioria dos donos prefere ficar de chinelos em casa com seus cães amedrontados pelos trovões.

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