Agora que
os cães pequenos invadem os parques e jardins como libélulas à volta de
charcos, emprestando-lhes cor e biodiversidade, numa desordem que nos encanta,
começam a aparecer os mestiços das diversas raças pequenas (havendo alguns
muito mais bonitos que os seus padreadores), animais que todos julgamos
inofensivos por serem considerados e se encontrarem registados como cães de
companhia. Como a variedade dos cruzamentos é infinda, é-nos muitas vezes
difícil adivinhar que raças contribuiram para a construção de alguns indivíduos,
não obstante serem por norma mais saudáveis e relativamente maiores do que os
seus progenitores. Os cruzamentos aqui mais comuns são os provenientes das
seguintes raças: Beagle, Buldogue Francês, Bull Terrier, Caniche, Chihuahua,
Cocker Daschund, Lulu da Pomerânia, Papillon, Pequinois, Pinscher, Pug, Shih-Tzu,
Schnauzer Miniatura, Spitz, Teckel e Yorkshire. Desta salgalhada sobressaiem
dois tipos morfológicos: os bassetóides e os miniatura, sendo os primeiros mais
fortes e os segundos mais sensíveis. Os mestiços mais comuns de encontrar são os
provenientes do Pinscher, do Yorkshire e do Teckel de pelo cerdoso (o Cocker é
o 4º cão mais concorrido, contudo bem distante destes). Os mestiços de pinscher
têm apresentado alguns problemas de sociabilização entre iguais, os de
Yorkshire são barulhentos, contudo inofensivos e os de Teckel manifestam um
forte sentimento territorial, exigindo por isso regra e uma liderança objectiva.
Os mestiços de caniche com Teckel, que nascem invariavelmente da habilidade do
poodle (pudeln em alemão), são indivíduos que juntam à inteligência astúcia e
que tendencialmente incorrem na desobediência, podendo ainda produzir ataques
deliberados, mais ou menos lesivos, de acordo com o desagrado que sofram, não
isentando disso os próprios donos. Esta tendência é típica dos machos e as
fêmeas podem também atacar por ciúme. Como se depreende, é falsa a idéia que
julga os cães pequenos inofensivos. A mestiçagem entre os cães miniatura não
vai toda na mesma direcção, há que separar dois grupos: um que se torna ainda
mais mutante e outro que de uma assentada retorna ao atavismo. Cruzar pode dar
para o azar!
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
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