sexta-feira, 9 de novembro de 2012

UM OLHAR REVELADOR

Nem sempre o provérbio popular que diz: “quem vê caras, não vê corações” se pode aplicar aos cães, porque muitos carregam no seu olhar a índole que transportam e a garra que os acompanha. Como é sabido e é típico dos predadores, os cães preferem observar do que ser observados. Os mais instáveis, diante da fixação dum estranho, tendem a desviar o olhar e a adquirir expressões mímicas de desconfiança ou do temor, podendo pôr-se em fuga perante a insistência na fixação. Já os valentes não admitem que olhem para eles demoradamente e podem atacar sem aviso ou ameaça, partir imediatamente da fixação para o ataque. Estes não desviam o olhar e mantêm também eles a fixação, esperando por um gesto brusco, uma desatenção ou uma saída apressada. Para além disto, a espera que gera a sua imobilidade, leva-os a apresentar uma mímica que denuncia as suas intenções (orelhas para a frente, na 1ª posição se forem erectas, e a cauda imóvel abaixo da linha do dorso). Por norma, os cães de guarda ou os preparados para esse fim, detestam que os fixem e apenas admitem aos donos que o façam. Quando intentar fazer festas a um cão, porque não sabe o que irá ter pela frente, por prevenção, mesmo que o dono diga que é inofensivo, não o fixe demasiado nos olhos e oriente-se pela visão periférica.       

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