Este Inverno que de
Inverno pouco ou nada tem, tem sido farto em dias de sol, parco em dias de
chuva, sem frio e com as temperaturas a ultrapassarem os 20 graus celsius. A
temperatura média à superfície da água do mar tem rondado os 14.5 graus
centígrados e em alguns dias chegou mesmo a ultrapassar os 15. Sábado foi um
desses dias e a classe de instrução rumou alegremente à praia, a pensar na
salvaguarda dos cães e na necessidade que têm de aprender a nadar, habilidade
que infelizmente nem todos possuem e cuja ausência já contribuiu, por exaustão
para a morte de alguns.
Chegámos à praia antes da
maré alta para acostumar os cães ao ambiente marinho e ali podermos
descontraí-los através de jogos e outras brincadeiras, momentos que
aproveitaram para se espraiar com lhes deu na gana, competindo entre si por
tudo e por nada.
Considerando o nosso
objectivo, tínhamos 4 cães para ensinar a nadar correctamente (com os 4 membros
abaixo da linha de água): 1 CPA cachorro, 2 cachorras Doberman e 1 Doberman
adulto. Neste trabalho contámos com a precisão colaboração do CPA Bohr, um
verdadeiro príncipe das marés e um nadador exímio, que mais uma vez serviu de
estímulo para os demais. Na fotografia seguinte podemos vê-lo a ser conduzido
em terra firme pelo João Freire.
Com a ajuda dos donos, que
avançavam água adentro na sua frente e de trela esticada, impedindo assim que
os cães levantassem os membros anteriores e apenas esbracejassem, todos
aprenderam a nadar. O cachorro CPA Bjorn, sem qualquer ajuda do seu dono,
mostrou ser um nadador ingénito, vencendo todos os exercícios propostos como se
houvesse nascido dentro de água (de alguma forma nasceu).
Os Dobermans deram muito
mais trabalho, tanto o adulto como as cachorras, dificuldades que acabaram por
sobrar para os seus donos, que não tiveram outro remédio do que se fazerem à
água tantas vezes quanto as necessárias, conforme aconteceu com a Andreia e a
Doberman Russa.
Com a desvantagem de ser o
mais curto de perna, o que não o impediu de trabalhar e bem, o Afonso conseguiu
ensinar a nadar correctamente a Doberman Lupa, sua companheira nestas lides,
que a princípio não se agradou do ambiente marinho e que obrigou a um sem
número de travessias margem-a-margem.
O adestramento, quando
levado a sério, exige dos condutores considerável aptidão física e psicológica,
exactamente como qualquer desporto. Como o Afonso sempre se mostrou disponível,
acabou também por conduzir o Doberman Zeus nas travessias, com o cão
invariavelmente interessado em saltar-lhe para os ombros e apostado em
arranhar-lhe as costas. Na foto seguinte podemos ver o apuro em que se viu o
adolescente.
A Svetlana viu facilitado
o seu trabalho com o Doberman Zeus, porque os seus colegas de classe vieram em
seu auxílio, inclusive o Luis Carvalho, que ainda vez algumas travessias com
aquele cão. Certo é que o Zeus saiu dali a nadar e bem, muito embora não
dispense a usual recapitulação que tudo torna possível.
Vencida a fase de indução
à trela, os cães foram depois convidados para acompanhar os donos em liberdade
nas travessias. Mais uma vez o CPA Bjorn mostrou-se à altura dos
acontecimentos, acompanhando o seu dono perfeitamente à vontade.
Certos das garantias que
este cachorro estava a dar-nos, pedimos-lhe que atravessasse aquele braço de
mar sozinho para ir ter com o dono, solicitação que o animal aceitou sem hesitar
e com muita alegria.
Também o mais
recalcitrante dos cães, o Doberman Zeus, acabou por aprender a nadar
correctamente, vindo depois a fazê-lo sozinho e distante da sua dona.
Ainda houve tempo para a
condução linear, onde desenvolvemos os comandos direccionais e de travamento
mais comuns, servindo a natação como supercompensação para os trabalhos da
obediência.
Como memória do excelente
dia que passámos à beira-mar, o Luis Carvalho posou junto a uma rocha com o seu
cachorro, companheiro que inevitavelmente lhe trará muitas alegrias, graças à
sua curiosidade e aptidão.
Com um tronco de árvore
caído ali perto, convidámos os binómios a transpô-lo, tarefa que não foi nada
fácil para os donos. Na foto seguinte podemos ver o Afonso com a Doberman Lupa
a executar irrepreensivelmente o exercício.
Depois de aprenderem a
nadar e a transportar brinquedos dentro de água, os cães mais aptos e com
características para isso, poderão ser encaminhados para o salvamento e
prestação de socorro a náufragos, substituindo-se os brinquedos pelos dummies e
estes por pessoas nos simulacros.
Como nas semanas
anteriores muito insistimos nas passagens estreitas, para que os cães não
diminuam nelas a cadência da marcha e tardem a cumprir as suas missões,
aproveitámos o que resta de uma velha amurada como recapitulação para esse
efeito.
Alegres por termos
alcançado todos os objectivos propostos, saímos daquele porto com vontade de lá
voltar, porque ao contrário de outros, não hesitamos em voltar aos lugares onde
fomos felizes.
Participaram nos trabalhos
seguintes binómios: Afonso/Lupa; Afonso/Zeus; Andreia/Russa; Andreia/Zeus; João
Freire/Bohr; Luis Carvalho/Bjorn; Luis Carvalho/Zeus; Pétia/Bjorn e
Svetlana/Zeus. O Paulo Motrena foi o fotógrafo e continua convalescente.
Sentimos a falta da Carla e esperamos tê-la em breve entre nós e a nossa amiga e colaboradora Tatiana Pomenko regressou à sua terra natal (Moldávia). Sobre o
trabalho de Sábado nada mais há a acrescentar. Esperamos que no próximo tudo
nos corra de feição e que os nossos objectivos sejam mais uma vez alcançados.
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