terça-feira, 5 de março de 2019

MARS SUR LA PLAGE AU PORTUGAL

Este Inverno que de Inverno pouco ou nada tem, tem sido farto em dias de sol, parco em dias de chuva, sem frio e com as temperaturas a ultrapassarem os 20 graus celsius. A temperatura média à superfície da água do mar tem rondado os 14.5 graus centígrados e em alguns dias chegou mesmo a ultrapassar os 15. Sábado foi um desses dias e a classe de instrução rumou alegremente à praia, a pensar na salvaguarda dos cães e na necessidade que têm de aprender a nadar, habilidade que infelizmente nem todos possuem e cuja ausência já contribuiu, por exaustão para a morte de alguns.
Chegámos à praia antes da maré alta para acostumar os cães ao ambiente marinho e ali podermos descontraí-los através de jogos e outras brincadeiras, momentos que aproveitaram para se espraiar com lhes deu na gana, competindo entre si por tudo e por nada.
Considerando o nosso objectivo, tínhamos 4 cães para ensinar a nadar correctamente (com os 4 membros abaixo da linha de água): 1 CPA cachorro, 2 cachorras Doberman e 1 Doberman adulto. Neste trabalho contámos com a precisão colaboração do CPA Bohr, um verdadeiro príncipe das marés e um nadador exímio, que mais uma vez serviu de estímulo para os demais. Na fotografia seguinte podemos vê-lo a ser conduzido em terra firme pelo João Freire.
Com a ajuda dos donos, que avançavam água adentro na sua frente e de trela esticada, impedindo assim que os cães levantassem os membros anteriores e apenas esbracejassem, todos aprenderam a nadar. O cachorro CPA Bjorn, sem qualquer ajuda do seu dono, mostrou ser um nadador ingénito, vencendo todos os exercícios propostos como se houvesse nascido dentro de água (de alguma forma nasceu).
Os Dobermans deram muito mais trabalho, tanto o adulto como as cachorras, dificuldades que acabaram por sobrar para os seus donos, que não tiveram outro remédio do que se fazerem à água tantas vezes quanto as necessárias, conforme aconteceu com a Andreia e a Doberman Russa.
Com a desvantagem de ser o mais curto de perna, o que não o impediu de trabalhar e bem, o Afonso conseguiu ensinar a nadar correctamente a Doberman Lupa, sua companheira nestas lides, que a princípio não se agradou do ambiente marinho e que obrigou a um sem número de travessias margem-a-margem.
O adestramento, quando levado a sério, exige dos condutores considerável aptidão física e psicológica, exactamente como qualquer desporto. Como o Afonso sempre se mostrou disponível, acabou também por conduzir o Doberman Zeus nas travessias, com o cão invariavelmente interessado em saltar-lhe para os ombros e apostado em arranhar-lhe as costas. Na foto seguinte podemos ver o apuro em que se viu o adolescente.
A Svetlana viu facilitado o seu trabalho com o Doberman Zeus, porque os seus colegas de classe vieram em seu auxílio, inclusive o Luis Carvalho, que ainda vez algumas travessias com aquele cão. Certo é que o Zeus saiu dali a nadar e bem, muito embora não dispense a usual recapitulação que tudo torna possível.
Vencida a fase de indução à trela, os cães foram depois convidados para acompanhar os donos em liberdade nas travessias. Mais uma vez o CPA Bjorn mostrou-se à altura dos acontecimentos, acompanhando o seu dono perfeitamente à vontade.
Certos das garantias que este cachorro estava a dar-nos, pedimos-lhe que atravessasse aquele braço de mar sozinho para ir ter com o dono, solicitação que o animal aceitou sem hesitar e com muita alegria.
Também o mais recalcitrante dos cães, o Doberman Zeus, acabou por aprender a nadar correctamente, vindo depois a fazê-lo sozinho e distante da sua dona.
Ainda houve tempo para a condução linear, onde desenvolvemos os comandos direccionais e de travamento mais comuns, servindo a natação como supercompensação para os trabalhos da obediência.
Como memória do excelente dia que passámos à beira-mar, o Luis Carvalho posou junto a uma rocha com o seu cachorro, companheiro que inevitavelmente lhe trará muitas alegrias, graças à sua curiosidade e aptidão.
Com um tronco de árvore caído ali perto, convidámos os binómios a transpô-lo, tarefa que não foi nada fácil para os donos. Na foto seguinte podemos ver o Afonso com a Doberman Lupa a executar irrepreensivelmente o exercício.
Depois de aprenderem a nadar e a transportar brinquedos dentro de água, os cães mais aptos e com características para isso, poderão ser encaminhados para o salvamento e prestação de socorro a náufragos, substituindo-se os brinquedos pelos dummies e estes por pessoas nos simulacros.
Como nas semanas anteriores muito insistimos nas passagens estreitas, para que os cães não diminuam nelas a cadência da marcha e tardem a cumprir as suas missões, aproveitámos o que resta de uma velha amurada como recapitulação para esse efeito.
Alegres por termos alcançado todos os objectivos propostos, saímos daquele porto com vontade de lá voltar, porque ao contrário de outros, não hesitamos em voltar aos lugares onde fomos felizes.
Participaram nos trabalhos seguintes binómios: Afonso/Lupa; Afonso/Zeus; Andreia/Russa; Andreia/Zeus; João Freire/Bohr; Luis Carvalho/Bjorn; Luis Carvalho/Zeus; Pétia/Bjorn e Svetlana/Zeus. O Paulo Motrena foi o fotógrafo e continua convalescente. Sentimos a falta da Carla e esperamos tê-la em breve entre nós e a nossa amiga e colaboradora Tatiana Pomenko regressou à sua terra natal (Moldávia). Sobre o trabalho de Sábado nada mais há a acrescentar. Esperamos que no próximo tudo nos corra de feição e que os nossos objectivos sejam mais uma vez alcançados.

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