De acordo com o TAG 24 de
hoje, portal regional alemão de notícias, no pequeno Município de Lützensömmern,
no Distrito de Sömmerda, Turíngia, ontem, ao sair à rua com o seu cão, um homem
viu-se perseguido por uma criatura pouco provável, por um carneiro Ouessant,
raça ovina doméstica oriunda da Ilha de Ouessant ao largo da costa da Bretanha,
uma das raças de ovelhas de cauda curta, ocasionalmente chamada de “Anão Bretão”,
que é das mais pequenas do mundo.
Como o pequeno carneiro
negro seguiu aquele binómio durante algum tempo e se encontrava só, o
proprietário canino ligou para o número de emergência, sendo enviados para o
local alguns funcionários para proceder à sua captura. Neste momento o
carneirinho encontra-se num estábulo a aguardar que o reclamem,
desconhecendo-se a quem pertence por ausência do brinco identificativo na
orelha. Nalguns sítios do mundo, ao invés de se darem ao trabalho de chamar a
Polícia, muitos não hesitariam em correr o carneiro à pedrada ou de o
transformar num rico repasto. De acordo com o conhecimento que vamos tendo e
atendendo à enorme multivariedade de animais tornados mascotes, é bem possível
que aquele carneirinho seja o animal de estimação de alguém.
Se porventura houvesse
fantasmas em Sömmerda e perseguissem quem sai à rua com o seu cão, certamente
seriam de judeus e maioritariamente do sexo feminino, das muitas mulheres que
ali foram obrigadas a trabalhos forçados na Fábrica Rheinmetall-Borsig, que se
transformou num prolongamento externo do Campo de Concentração de Buchenwald,
produzindo ali toda a sorte de armamento, mulheres que na sua maioria tinham
entre 16 e 60 anos, até porque ali existe um memorial e um cemitério especial onde
estão sepultados alguns dos trabalhadores forçados e prisioneiros de guerra.
No início de Abril de
1945, a Schutzstaffel (SS) evacuou este campo e enviou os seus prisioneiros e
superintendentes para uma marcha da morte (Todesmarsch) que terminou perto de
Pilsen na Checoslováquia. Oxalá as gentes de Sömmerda continuem a achar só
carneiros quando saem à rua com os seus cães e não voltem a carregar os fantasmas do passado,
agora que os ânimos andam exaltados e parecem dar razão aos saudosistas do Nationalsozialismus.
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