segunda-feira, 25 de março de 2019

CONDUZIR SEM ATROPELOS E RESPEITAR OS CICLISTAS

Dedicámos os trabalhos do último fim-de-semana ao alcance do “junto”, à sociabilização com ciclistas e à introdução dos cachorros (agora com 6 meses) aos muros. Na foto seguinte ver o José António no primeiro destes trabalhos, a conduzir inesperada e voluntariamente a Doberman Lupa.
Apesar de havermos dedicado muito tempo ao “junto” e à obediência à trela, optámos por não seleccionar mais fotos sobre o assunto, porque são mais técnicas, de certo modo repetitivas e menos espectaculares. Assim, passamos imediatamente para a introdução aos muros, realizada sobre um de alvenaria com cerca de 150 cm de altura. Na foto abaixo podemos ver a Andreia a fazê-lo com a Doberman Russa. A necessária ajuda de mão da condutora é deficitária, porque apenas puxa a cachorra na vertical quando o deveria ter feito também para a frente, mostrando-se o seu socorro impróprio e atrasado.
Do mesmo não podemos acusar o José António, cuja mão de condução já se encontra justificadamente adiantada, ajudando e facilitando assim a Doberman Lupa na transposição.
Na foto seguinte podemos ver o binómio Pétia/Bjorn na execução do mesmo trabalho. As ajudas de mão da condutora não são visíveis pela disparidade de tamanho entre a condutora e o cachorro, cachorro que há muito e em muito ultrapassou os 30 kg de peso, pese embora o facto de ter apenas 6 meses de idade. Apesar da sua envergadura, este jovem CPA, que tem uma cabeça e ossatura invejáveis, transpôs aquele muro “com uma perna às costas”.
Também o Doberman Zeus foi convidado para o muro, obstáculo que está acostumado a vencer e que é usado como manutenção para a sua boa forma física. Para comprovar o que acabámos de dizer, basta reparar no pormenor dos pés da Svetlana, que se encontram apenas apoiados nas pontas. Caso o cão não estivesse acostumado a fazer aquele muro, considerando o seu peso, jamais a condutora conseguiria ajudá-lo em “bicos de pés”.
Todos sabemos que alguns cães nutrem uma especial predilecção em perseguir ciclistas, tendência que normalmente causa acidentes de alguma gravidade e que podem até ser letais, como o acontecido com o célebre ciclista português Joaquim Agostinho, falecido a 10 de Maio de 1984, em consequência de uma queda fatal provocada por um cão em Quarteira, na Volta ao Algarve do mesmo ano, depois de ter passado por 10 dias de coma (o famigerado campeão não levava na altura capacete).
Na foto seguinte, enquanto o CPA Bohr posa para a fotografia e o Doberman Zeus parece procurar uma sombra, a pequena Doberman Russa, a última da fila, mostra-se inequivocamente disposta em dar caça ao ciclista que com ela se irá cruzar.
A foto que se segue é ilusória, porque parece sugerir que o CPA pretende jogar-se ao ciclista, o que não foi o caso. É evidente que os mais experimentados e com a visão educada não se deixarão enganar facilmente, porque a bicicleta já passou, não é visível qualquer reparo da condutora e as expressões mímicas do cachorro não evidenciam qualquer predisposição de ataque.
Como importava corrigir as cachorras Doberman, fortemente amatilhadas, o Adestrador tomou sobre si a incumbência de as educar, conforme testemunha a foto abaixo, ao flagrá-lo no final da fila, enquanto procedia ao ensino da Doberman Lupa.
É nosso apanágio dedicar invariavelmente parte das nossas aulas aos comandos de “à frente” e “atrás”. Fazemo-lo para libertar os cães do stress e por necessidade operacional. Quando aplicamos estes comandos em encostas, ladeiras e escadas fica clara a nossa preocupação com a melhoria dos índices atléticos dos nossos cães, indissociavelmente ligados à optimização dos seus ritmos vitais. Na foto abaixo vemos o binómio João/Zeus na execução do “à frente”, com o cão nitidamente a ajudar o seu condutor na subida, segundo indicia a tensão da trela.
Como reforço do programa de fisioterapia a que se encontra sujeito o condutor, depois de operado a um joelho, pusemos o binómio Paulo/Bohr também a subir escadas. Na foto seguinte é possível ver a coxeira do dono, que hesite em colocar o pé no chão e o cuidado do cão com ele (há cães assim!).
No caso específico do cachorro CPA Bjorn, que queremos equilibrado e seguro, tendo em conta a sua idade, mais nos importou que subisse em segurança ao lado da dona, para que futuramente enfrente sem reticências os desafios que ela irá colocar-lhe.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Andreia/Russa; José António/Lupa; Paulo/Bohr; Pétia/Bjorn e Svetlana/Zeus. As fotografias estiveram a cabo do José António, do Luis Carvalho e do Paulo Motrena. O Jorge não pôde comparecer com o Labrador Soneca por motivos laborais e continuamos a aguardar pelo pessoal do Entroncamento, localidade ligada aos fenómenos.
O cachorro CPA Bjorn ainda treinou da parte da tarde, tendo como companheiro de classe o CPA Bohr, com quem executou alguns exercícios de sincronização sem reparos, conforme atesta a foto abaixo.
Resta dizer que treinámos debaixo de 28º celsius, o que é incomum para a Estação, que o treino foi realizado em altitude e que foi beneficiado pela brisa marítima, o que no seu todo muito ajudou os binómios em classe, considerando os índices de temperatura e humidade verificados, factores a ter em conta quando se treinam cachorros, cães iniciados, frágeis ou idosos. Para a semana há mais! Boa semana para todos.

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