Brada aos céus o
desinteresse do mundo ocidental pelos crimes que são cometidos em África sobre
os africanos, produto de ditadores e de regimes pseudo-democratas, que bem
servem os seus ditadores e estraçalham os seus povos, o que tem resultado na
perpetuação da ignorância, em guerras intermináveis, genocídios, violações de
toda a ordem, campos de refugiados, fome e miséria. Quantos países africanos
assentam sobre regimes verdadeiramente democratas e quantos não? Quantos têm
presidentes ou monarcas vitalícios, levam a cabo eleições fraudulentas, gastam
mais dinheiro em armas do que na educação, produzem terroristas e
crianças-soldado, incentivam o tribalismo e condenam os seus povos à pior das
misérias, apesar de ricos em recursos naturais e que estranhamente ainda têm
representantes e assento na ONU? Vale a pena contá-los! À cabeça da sandice
governativa africana temos Robert Mugabe, “presidente” do Zimbabué, muito
embora a concorrência seja muita e tristemente qualificada. No regime deste
louco a vida humana não tem qualquer valor e qualquer um pode morrer por qualquer
insignificância, o que no Zimbabué acontece amiúde. E nalguns casos a situação
é tão má que alguns povos chegam a desejar o regresso do colonialismo, quando
sujeitos à fome e a toda a sorte de sevícias, desejo que também ouvimos em
naturais de S. Tomé e Príncipe e da Guiné, os primeiros por não terem carne
para comer e os últimos por se encontrarem fartos dos abusos perpetrados pelos
históricos do PAIGC, renitentes a largarem a cadeira do poder. Teremos que
chamar mais uma vez “os Américas” para trazerem todos os “Mugabes” e “Zezinhos”
corruptos a julgamento pelos seus crimes contra os seus povos e contra a
humanidade?
Segundo o adiantado no site do “Zimbabwe Latest News”, no dia 02 do
corrente mês, 8 jovens encontravam-se a nadar numa pequena piscina natural da
Floresta Tropical Zambezi, vindo a ser surpreendidos e detidos por alguns
“Zimparks Rangers” (Corpo Policial que se ocupa da guarda e conservação dos
parques naturais), debaixo da acusação de caça furtiva. Sob prisão, aqueles
jovens foram entregues à polícia, que lhes exigiu o pagamento de uma multa
individual de 20 dólares americanos, quantia que não possuíam e que os obrigou
a um serviço comunitário na dita floresta por 3 horas, o que veio a acontecer.
Uma vez terminada a tarefa e já de saída, eis que surge um polícia, no seu Jeep
Defender, com um cão, que acusando-os de serem caçadores furtivos, largou-lhes
de imediato o animal em cima. Do ocorrido resultaram dois feridos graves, sendo
que um dos jovens se encontra entre a vida e a morte no Victoria Falls Hospital.
Os homens feridos foram transportados até à cidade pela Polícia, que depois os
mandou ir para o hospital a pé, cujas despesas não têm como pagar. Episódios
destes são comuns naquelas paragens e ainda recentemente foram mortos 2 homens
por “caça ilegal”, sem nenhuma evidência nisso, sendo provável que se
encontrassem a apanhar lenha. Não obstante, alguns estrangeiros endinheirados
acabam por caçar o que querem sem ser importunados (se for preciso abatem-se os
batedores para se isentarem os clientes de culpa).
Mugabe, que para os seus
opositores é de filosofia maoísta (malvado é de certeza) e que tem na China o
seu principal aliado, conseguiu reduzir em poucos anos a população branca para 10%,
quer pressionando-a, matando-a ou expulsando-a. Dele são as palavras: "O
nosso partido deve continuar a semear o medo no coração do homem branco, o
nosso pior inimigo!" Mercê da sua intifada Gukurahundi acabou por ser
responsável pela morte de 30.000 africanos afectos ao Estado Ndebele e às
etnias matable, sob o pretexto dessa gente apoiar os seus opositores políticos.
O Zimbabué, considerado após a independência do Reino Unido em 1980, um celeiro
da região e um exemplo para o mundo, encontra-se agora à cabeça dos países mais
miseráveis do globo, com uma taxa anual de inflação a rondar os 230 milhões por
cento. Graças à falência do sistema de saúde, a SIDA que ali grassa tem
contribuído para a baixa da esperança média de vida, que é agora de 36 anos (a epidemia
de cólera já causou pelo menos 1.900 mortos desde Novembro de 2008). O Prémio
Nobel da Paz Desmond Tutu, o antigo procurador do Tribunal Criminal
Internacional da ONU, Richard Goldstein e a antiga Alta-Comissária da ONU para
os Refugiados Mary Robinson, assim como a ONG “Médicos pelos Direitos Humanos”
não têm dúvidas: “o partido e o regime de Mugabe continuam a violar os direitos
cívicos, políticos, económicos e culturais dos povos do Zimbabué”. De que
estaremos à espera para prender e açaimar Mugabe, que ele nos solte os cães em
cima ou que nos envie mais uma leva de refugiados?
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