sexta-feira, 9 de maio de 2014

NON, JE NE REGRETTE RIEN!

Penso que todas as gerações tiveram e têm cantores de referência, vozes com as quais se identificam. Eu tive a felicidade de ouvir Sinatra, Pavarotti, os Beatles, John Lennon, Paul Simon, Bob Dylan, Keny Rogers, Willie Nelson, Joan Baez, Freddy Mercury e mais uns poucos, apesar de ter nascido a ouvir Caruso, Tristão da Silva, Francisco José, Amália, Joselito e Marisol. Entre os portugueses jamais esquecerei Tony de Matos, Zeca Afonso, Paulo de Carvalho, António Variações, Vitorino e Rui Veloso. Curiosamente, ao olhar para trás, foram poucas as cantoras femininas que guardei. Equivocado com facto, pus-me a pensar na causa de tal lapso, já que por vezes trauteio a “Das Lied eines Jungen Soldaten auf der Wacht” de Hans Leip e Norbert Schultze (Lili Marlene). Depois de algum matutar, descobri a causa: Édith Piaf, essa grande cantora de pequena estatura, já finada, com uma voz única, sempre profícua a derramar emoções e a soltar sentimentos, um vulto cuja sombra tem encoberto a maioria das cantoras para mim. “Non, je ne regrette rien” (Não, eu não lamento nada), um dos seus temas mais famosos e inolvidáveis, serve-me hoje de mote para falar dos Pastores Alemães Dourados, porque não lamento as horas que passei a pesquisar, a ouvir “experts”, a procurar, a adquirir e a criar tal variedade cromática, nem tampouco dos reveses que sofri. Valeu a pena, muito embora nunca me agradasse entregá-los a terceiros, não fora o caso de virem a ser mal empregues, o que sucedeu nalguns casos. Não obstante, ao criá-los desvendei alguns dos “segredos” presentes no Cão de Pastor Alemão.
Ainda antes de nos dedicarmos à procura e criação de Pastores Dourados, que nunca excederam os 8% dos nossos padreadores e passaram anos sem deixar descendência, apostámos na aquisição de lobeiros, que na década de 80 escasseavam em Portugal, porque ao tempo a procura e a moda inclinavam-se quase em exclusivo para os preto-afogueados. Essa aposta mereceu alguma reprovação por parte doutros criadores, que viam nisso um retrocesso ou um desnecessário retorno ao passado, que era exactamente isso que nós queríamos, já que a maioria dos pastores de então era de pouco ou nenhum préstimo laboral. Em simultâneo, também contra a corrente, apostámos na criação de Serras da Estrela de pelo curto. A nossa avidez pelos lobeiros proveio dos cães que adornaram a nossa infância, das prestações dos “Lobos da Alsácia”, do desejo de retornar ao “Honrad Von Grafrath” e da observação dos cães da GNR, na altura com vários e de excelente qualidade. Tal como esperávamos, o nosso esforço não foi inglório, porque os nossos lobeiros acabam por exceder todas as expectativas. Duas décadas depois deram-nos razão e o número de lobeiros aumentou consideravelmente. Hoje são ainda mais e como se costuma dizer: não há por aí nenhum bicho careta que não tenha um! Pela contribuição do Canil da Quinta do Prado, propriedade da Dr.ª Isabel Sampaio, conseguimos produzir um exemplar em tudo idêntico ao “Honrad” (Dourinho da Quinta do Prado) e daí alcançámos os lobeiros de pelo comprido, exemplares que, quando bem pigmentados, são de rara beleza. Também alcançamos os pastores cinzentos unicolores (azuis), graças ao contributo da variedade negra.
A demanda pelos Pastores Alemães Dourados (cor de areia, manto vermelho, solid red e por vezes red sable) aconteceu por termos visto um na adolescência que não esquecemos, por sabermos da sua raridade e termos conhecimento que os havia no Leste europeu, nas Ilhas Britânicas, dentro da Commonwealth e na América do Norte, ainda que em pequeno número. O Dr. Bruce Fogle espevitou-nos o interesse ao falar deles na sua obra e a partir daí nunca mais parámos na sua procura. Desde que começamos a criar Pastores Alemães até adquirimos o primeiro Pastor Vermelho, decorreram vinte anos. Finalmente conseguimos adquirir um proveniente da Ucrânia, exemplar único entre os seus irmãos, todos eles preto-afogueados: o “Tod”, que era cor de areia, media 64cm e pesava 36kg, um exemplar de pelo duro, mediano de cabeça, ossatura e impulso à luta, mas com uma capacidade de aprendizagem razoável. Infelizmente durou pouco tempo entre nós, apesar de ter deixado descendência, porque um Fila de São Miguel lhe arrancou vários dedos de uma das mãos por entre as grades do canil, vindo posteriormente a morrer. Os seus descendentes que alcançaram maior destaque laboral foram: O McLarambee, o Flikke, o Red, a Maia e a Kleine, o primeiro e a última ainda vivos, com 13 anos de idade e ambos propriedade da Dr.ª Maria Duarte. A Maia já faleceu, o Red está a chegar aos 8 anos e o Flikke terá um ano a menos.
Ainda que alguns os possam confundir, gente que a si mesmo se julga douta mas que na verdade nada sabe, são grandes as diferenças entre o Pastor Alemão Vermelho e o Malinois, exactamente as mesmas entre ele as restantes variedades cromáticas presentes nos Pastores, muito embora alguns malinois de malinois pouco tenham e haja quem os beneficie com Pastores Alemães, quando a agressividade está garantida e importa ganhar juízo ou envergadura, o que obviamente nem sempre acontece, agora que os Pastores Alemães estão mais leves e irrequietos. Porventura, e dizemos isto sem isto sem qualquer tipo de fleuma, alcançariam melhores resultados se viessem a valer-se de um rafeiro unicolor, sabendo-se que o Pastor Alemão é dominante na construção, havendo rafeiros que morfologicamente e sem atentar a grandes detalhes se confundem com os exemplares puros (porque raio teriam inventado o exame de confirmação/certificação ao 1 ano de idade?). Da cabeça aos pés, as diferenças entre eles são enormes (entre o Pastor Vermelho e o Malinois), a título de exemplo adiantaremos algumas por serem por demais evidentes: proporções craniofaciais, disposição de olhos, tipo de orelhas, dentição, manto, linha do dorso, comprimento, coeficiente de envergadura, configuração dos membros, inserção e comprimento da cauda, e a lista não esgota aqui! Para não favorecer a confusão entre as raças, os criadores de língua inglesa optaram por criar Pastores Alemães Vermelhos de pelo comprido, tentação a que não cedemos, porque o menor coeficiente de envergadura tende a diminuir a estabilidade emocional, já que os exemplares de pelo comprido têm por norma menos peso, ainda que nalguns seja visível um forte impulso ao conhecimento, o que a ninguém espanta e faz todo o sentido.
Se por um lado são grandes as diferenças que separam os Pastores Alemães dos Pastores Belgas, por outro não se pode ignorar a sua origem comum, considerando a proximidade geográfica entre a Alemanha e a Bélgica, os laços históricos, o intercâmbio comercial e cultural entre as duas nações vizinhas e o trânsito fácil de pessoas, bens e animais. Os ancestrais cães que deram origem aos actuais pastores vermelhos e também aos brancos, foram cães de pastoreio vermelhos, alguns cor de fogo, por vezes de frente aberta e calçados em branco, de pelo crespo (pelo de arame), algo semelhantes aos nossos podengos cerdosos, e que também estiveram na origem de todos os Pastores Belgas, em particular do Laekenois e do Malinois. Se é verdade aquilo que se diz acerca do Laekenois, o menos nervoso e consistente dos Pastores Belgas, o mesmo se aplica ao Pastor Alemão Vermelho, porque é um cão de um só dono, tendencialmente dominante, que intenta pastorear pessoas e animais, qualidades que o tornam mais rústico, precoce e de fácil ensino. O aparecimento de remoinhos no manto de alguns pastores alemães actuais, que geralmente surgem nas coxas ou no dorso, mais comuns nos cães descendentes das antigas linhas de trabalho, são evidências atávicas que os ligam aos cães originais.
Mais do que numa questão de alelos e sabendo-se de antemão que o Cão de Pastor Alemão evoluiu das cores uniformes para as bicolores, a origem do pastor alemão vermelho remonta aos cães de trabalho existentes na Turíngia e no Norte da Alemanha e que vieram a ser usados para moldar o padrão do Pastor Alemão, onde sobressaiam as cores champanhe, amarelo, cor de amêndoa, laranja e castanho, uniformes ou associadas à cor branca, ao mesmo tempo sua propagadora e extremo, já que é sabido serem os lobeiros e os brancos “cães de pintar”, variedades cromáticas que transmitem também à sua descendência as cores dos seus parceiros de cópula. A exclusão dos Pastores Alemães Brancos da raça, muito embora o termo “excomunhão” lhe assente melhor, que aconteceu quase por toda a parte, acabou por vitimar também os pastores vermelhos e os cor de areia, tornando-os cada vez mais raros e só existentes nos países que não acataram a expulsão da variedade alva, como foi o caso do Canadian Kennel Club, que tomou uma direcção contrária à tomada pelo American Kennel Club (AKC) em 1968, ao manter os cães brancos como parte integrante dos Pastores Alemães, o que alguém de imediato alcunhou de “Pastores Canadianos”. O varrimento dos Pastores Alemães Brancos e o consequente desaparecimento das variedades vermelhas uniformes, sem dúvida reflexo vergonhoso da eugenia negativa que o “nationalsozialismus” também tentou impingir aos homens, é uma afronta à eugenia positiva que presidiu à formação da raça e aos ideais do seu fundador (Stephanitz), que entendia ser a utilidade o seu critério de beleza, que a cor não influi na capacidade de trabalho e que se o cão é bom, a sua cor não pode ser ruim!
Como nunca dormimos com um exemplar do “Mein Kampf” à cabeceira da cama, nunca nos levantámos a fazer a saudação nazi e nunca achámos por bem apedrejar algum judeu, também porque não somos carneiros, decidimos retornar às variedades quase extintas no Cão de Pastor Alemão, para melhor compreender as suas origens, enigmas, pressupostos de criação e políticas de selecção, já que dificilmente alguém nos mandaria para um campo de concentração, optando pelos pastores dourados para esse fim, criando em simultâneo preto-afogueados, lobeiros, negros e cinzentos, dando a primazia às variedades cromáticas tornadas recessivas, estudando-as e testando-as para descobrir particularidades, possíveis diferenças, capacidades e incapacidades, menos e mais-valias, trabalho demorado e dispendioso, numa época em que os computadores ainda não tinham chegado aos comuns cidadãos e o acesso à informação era menos abundante, esforço apesar de tudo premiado pelo muito que aprendemos sobre o Pastor Alemão. Nunca foi nossa intenção operar a proliferação dos cães vermelhos, sempre resistimos à sua propagação, porque os abraçámos como um projecto pessoal, como uma “experiência laboratorial”, cedendo apenas meia dúzia deles a amigos ou a condutores creditados e experimentados, que justamente os mereceram.
A tardia expulsão da variedade branca nos Estados Unidos, que aconteceu 35 anos depois da deliberada pela “SV”, para além de permitir a perpetuação dos Pastores Alemães Brancos e de possibilitar o seu registo no vizinho Canadá, acabou por salvar também as variedades vermelhas uniformes, permitindo ao Pastor de Shiloh aproveitá-las e perpetuá-las, sendo nele visíveis e de rara beleza, como vem acontecendo até aos dias de hoje. A designação de “cor de areia” atribuída aos cães champanhe no Canadá, designa normalmente os pastores vermelhos descendentes da variedade branca e o termo “solid red” reporta-se aos pastores de vermelho mais intenso, uniforme e com máscara, quase idênticos àqueles que produzimos. E dizemos “quase” porque patenteiam um percentual mais elevado na variedade negra (Pastor Alemão Negro).
E porque pouco aqui se sabe sobre os pastores vermelhos uniformes, sendo que a maioria das pessoas desconhece a sua existência, decidimos falar deles agora e em particular daqueles que produzimos. As cores areia, champanhe, laranja, amêndoa e vermelha resultam do tom de afogueado presente no progenitor não vermelho, exactamente as mesmas que o estalão adianta. Se o factor vermelho uniforme não for recessivo nos dois progenitores, a ocorrência de exemplares dessa variedade cromática é nula, o mesmo não acontecendo se um dos progenitores for vermelho. Quanto mais clara for a variedade cromática a beneficiar com o vermelho maior será o número de cachorros desta variedade. O beneficiamento com brancos pode gerar ninhadas totalmente vermelhas, ainda que com algumas manchas brancas no peito e nas patas. O beneficiamento com o lobeiro, que se deseja ser red sable para se atingir a cor vermelha, pode dar até 75% de vermelhos. O beneficiamento com o preto-afogueado, dependendo da sua construção, pode alcançar 50% de vermelhos numa ninhada. O beneficiamento com o negro é o que produz menos exemplares vermelhos, geralmente cor de areia. Caso se verifique o contrário, tal se ficará a dever à sua forte ascendência lobeira. Dois exemplares vermelhos podem gerar filhotes da cor dominante (preto-afogueado). Os pastores alemães cor de fígado podem gerar filhotes vermelhos no meio de cachorros da mesma cor e entre preto-afogueados, normalmente dum vermelho vivo, apelativo e raro (cor de fogo).
Para além do que já fizemos saber, perguntar-se-á: porque optámos pela cor vermelha e não por outra? Basicamente por razões operacionais ligadas ao ofício de guarda, nomeadamente àquelas que se prendem com a camuflagem dos cães nos ecossistemas a guardar e que lhes garantem o policiamento seguro e a surpresa na captura, uma vez que a instalação de um cão de guarda num determinado perímetro deverá considerar, para além de outras, 5 condições básicas: a área da propriedade, tipo de solo que apresenta, as temperaturas médias ali ocorridas, os horários da vigilância e a policromia das cores no local. Que variedade cromática no Pastor Alemão melhor servirá para uma casa de férias no Algarve, rodeada de areia ou de dunas, se os horários de vigilância forem diurnos? A negra não será certamente! Assim como o branco pode ser um excelente cão de guerra ou de guarda nos ecossistemas de neve e entre paredes caiadas, o dourado nasceu para policiar à beira-mar, em climas temperados marítimos e com verões quentes. Por razões idênticas muito apreciamos os pastores cor de fígado (chocolate) e os lobeiros para as propriedades rodeadas de floresta, assim como os negros e os preto-afogueados para o serviço nocturno. A multivariedade cromática no CPA, ao contrário doutras raças, possibilita-lhe a instalação segura na maioria dos ecossistemas que conhecemos.
O nosso fascínio pelas variedades vermelhas uniformes ainda presentes no Cão de Pastor Alemão, apesar de raras, foi também alimentado pelos escritos de Darwin e Galton, assim como pelos pareceres de Stephanitz relativos à cor dos cães, já que grande número dos canídeos selvagens é maioritariamente vermelho, o que acaba por comprovar a sua rusticidade, melhor adaptação e hegemonia (cite-se como exemplo os casos do Coiote, do Dingo e do Lobo da Etiópia, entre tantos outros). A proliferação da cor vermelha é também visível quando um pastor alemão da variedade dominante cruza com um cão unicolor de outra raça ou sem ela, gerando também filhotes totalmente vermelhos. Assim não aconteceu com o Malinois, o Pastor Belga mais próximo do Pastor Alemão? Conhecedores disto, alertamos os nossos leitores e amigos para o possível engano causado por híbridos, o que não é assim tão raro de acontecer, adiantando-lhes que o Pastor Alemão Vermelho só difere dos outros na cor e que só não é dominante na raça devido à selecção humana operada, doutro modo já o teria sido há muito tempo, acabando trancado e tramado pela opção bicolor, que irradiou o branco e que tem vindo a desprezar as restantes variedades cromáticas unicolores. Adeptos da selecção natural e antes que nos embrenhássemos pelos confins da história, no intuito de caçarmos um lobo distraído para esse fim, como outros fizeram e se deram tão mal, pareceu-nos melhor procurar os descendentes dos cães vermelhos que estiveram na origem da raça, tradicionalmente pastores e aptos para a tarefa, já que outros os conservaram e ainda registam.
De que diferem os nossos cães vermelhos dos comummente produzidos no Canadá, nos Estados Unidos, nas Ilhas Britânicas e nos países da Commonwealth? Ainda que a ascendência em branco do nosso primeiro cão não possa ser negada ou comprovada, a sua descendência expandiu-se e firmou-se pelo contributo da variedade negra, normalmente com 3 e 4/8 nesse factor cromático, o que lhe garantiu a perpetuação da máscara facial, anteriores menos periclitantes, melhor equilíbrio psíquico, a precocidade laboral e uma capacidade de aprendizagem notável, factores ligados à excelência dos progenitores usados para beneficiarem os vermelhos, todos eles adestrados, testados e comprovadamente portadores de um forte impulso ao conhecimento. Para que esse legado assim continue, aconselhamos os nossos amigos a beneficiarem os seus cães vermelhos com a variedade negra, desprezando de imediato qualquer tipo de consanguinidade e optando por aqueles descendentes de preto-afogueado bem vermelho, oriundos das linhas de trabalho, isentos de displasia, comprovadamente seguros, capazes e úteis, para garantir nos filhotes 37,5% de sangue negro (3/8), desde que portadores de bons aprumos, boa cabeça e ossatura forte, de insofismável propensão atlética e com bons impulsos ao alimento, ao movimento, à defesa, à luta, ao poder e ao conhecimento, pois mais vale ter poucos e bons do que ter muitos e de má qualidade.
Os cachorros vermelhos quando nascem são parecidos com os lobeiros, diferindo deles pela disposição do risco cromático. Nos lobeiros esse risco acontece ao longo do dorso e nos vermelhos ele é transversal e visível junto à espádua. Os primeiros alcançarão a sua pigmentação de cima para baixo e os dourados da espádua para a garupa. Os modernos lobeiros já nascem como os preto-afogueados, com a divisão bicolor, porque na verdade são preto-afogueados camuflados em lobeiro, o que desnuda a sua forte construção na variedade dominante e os distancia dessa variedade original. Só por volta dos 4 meses é que os cachorros vermelhos começarão a uniformizar o seu manto, processo que concluirão um pouco antes da sua maturidade sexual. Por norma a sua cor final é-nos indicada pela tonalidade visível nas orelhas, o que não é absoluto, porque tal qual os lobeiros, os dourados alteram o tom da sua pelagem de acordo com o relógio biológico. A experiência ensinou-nos que a melhor altura do ano para os beneficiar é a que decorre entre os meses de Julho e Agosto, para que a fase do seu maior crescimento seja acompanhada pelas estações do ano mais frias, já que melhor absorvem os benefícios do sol e importa que se desenvolvam mais, conselho que também estendemos aos criadores de Pastor Alemão Negro.
Foi através da linha Rhein-Möselring que beneficiámos os nossos Pastores Alemães Vermelhos, porque tínhamos vários exemplares dela e o produto com outras linhas não garantiu igual qualidade. Graças a isso a maioria dos nossos Pastores Alemães Vermelhos fazia e faz ataques bem acima da linha da cintura, não despreza os alvos imóveis, aguenta os contra-ataques (mesmo com arma de fogo), procede a vários golpes e não desiste das capturas. A densidade da variedade negra garantiu-lhes progressões silenciosas e ataques de surpresa, uma máquina sensorial extraordinária e uma polivalência pouco vista. Na pistagem o cão que mais se destacou foi o “War”, um cachorro filho do McLarambee e da Luna, propriedade do Sr. Aires do Amaral e criado pelo Sr. Carlos Veríssimo (já falecido). Todos os que treinámos mostraram grande autonomia e sem dificuldade responderam à linguagem gestual. Valentes mas disciplinados, de carácter incorruptível, destacaram-se também na obediência e no extraordinário apego aos donos, constituindo binómios que ficarão gravados para sempre na memória de quem os conheceu. Desde muito novos manifestaram e manifestam desejo de nadar, progredindo dentro de água céleres e à vontade. Nenhum deles deixou por fazer o muro de 2.5m e todos eles brilharam na pista táctica.
Resta-nos agradecer a todos aqueles que nos acompanharam na viagem para dentro do Pastor Alemão, que connosco passaram horas infindas para dignificar o nosso trabalho, aprendendo e treinando afincadamente para que os Pastores Alemães Vermelhos continuem entre nós, gente de todas as idades (alguns já partiram) que tomou seu o nosso sonho, tornando-o possível e legando-o às gerações futuras. Obrigado a todos, valeu a pena!

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