Muito do
insucesso pedagógico canino deve-se à má qualidade dos instrutores
cinotécnicos, ao seu despreparo e desinteresse pelos binómios que lhes são
confiados, o que nos tempos que correm pode-lhes ser fatal, porque o dinheiro
não abunda, a paciência já teve melhores dias e a saturação acontece mais cedo.
Hoje como sempre, lembrando as famigeradas “obras de Santa Engrácia”, que
duraram mais de dois séculos, grande número de “instrutores” não estabelece
planos de aula e banaliza o seu trabalho, agarrando-se a rotinas que desprezam
a individualidade de cada conjunto homem-cão, como se cada um não fosse
diferente e todos desnecessitassem de vitórias. Esse mau hábito de deixar
andar, de esperar que aconteça e de deitar mão ao improviso, está tão enraizado
entre nós que quase não damos por ele. E se acontecesse só na cinotecnia,
melhor estaria Portugal. Ainda que as aulas possam ser colectivas, com todos os
binómios a trabalhar em conjunto, há que reservar um momento para cada um
deles, dedicado ao seu particular e progresso, para que ninguém fique
esquecido, todos saiam vitoriosos das aulas e regressem mais animados. Assim,
cada aula deverá obedecer a um plano previamente definido, onde para além do
cronograma das actividades, do trabalho geral, dos conteúdos de ensino a
ministrar, das metas e objectivos, deverá constar também um espaço reservado ao
trabalho específico, visando o crescimento individual de cada binómio. A
relação entre o instrutor e o instruendo é baseada sobretudo na confiança e ela
cresce ao ritmo do acompanhamento dispensado. Para que o desinteresse não
grasse nas classes, é indispensável que todos alcancem as suas metas diárias,
condição que lhes garantirá o sucesso no adestramento.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
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