terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A FOME QUE OS FAZ CORRER, OBEDECER, FAREJAR E MORDER


Como se já não bastasse o acontecido na Guerra da Crimeia (1853-1856) e o sucedido na Batalha de Stalingrado (1942-1943), ainda há gente que continua a abraçar métodos e procurar resultados a partir da fome dos cães, o que lembra de sobremaneira os leões do Circo Romano, que só depois de esfomeados, eram soltos nas arenas. É evidente que estes animais “correm que se desunham”, sedentos de alimento e movidos pelo instinto de sobrevivência. Valerá a pena tamanho sacrifício? Os donos dirão que sim e os cães não se poderão pronunciar, muito embora uns queiram medalhas e os outros somente comer. Prova a prova, a saga repete-se, a plateia entusiasma-se, estoiram os aplausos e só no final da feira… os cães irão comer! Estas guerras de mirandum, porque de simulacros se tratam, pressupõem o bem-estar animal? Será esta a melhor forma de aplicar o reforço positivo? Há gente que nunca aprende e que dificilmente se livra da pedra no sapato. Igual método usou um aluno nosso para ensinar os seus periquitos a comer à mão - e foi bem sucedido!

Há nisto tudo uma tremenda confusão: depois de havermos transformado o lobo em cão, queremo-lo de volta? Afinal em que é que ficamos? E diante da actual lei sobre os cães perigosos, será isso razoável? Esta técnica, se for digna desse nome, porque arte não será concerteza, há muito que a vimos lá para a Rua das Portas de Stº Antão, em Lisboa, no nº 96, quando toda a casta de animais divertia a criançada. Será possível usar sem abusar? Nós acreditamos que sim. O cão merece ser respeitado!

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