sábado, 21 de maio de 2011

OLÁ! EU SOU A CÉLIA.

Imaginem uma mulher casada, a trabalhar por conta própria, mãe de duas crianças, com uma casa enorme para cuidar e sujeita a um horário laboral por demais alargado, que se levanta cedo e chega tarde, que tem sempre o que fazer e que mesmo assim, ainda arranjou tempo para se dedicar à cinotecnia. Estamos a falar da Célia Oliveira Coito, a condutora do CPA Igor e aluna da nossa Escola, a mãe do Rodrigo que conduz o SRD Tarkan. Apesar da muita azáfama, para além de colocar a sua casa à disposição das classes e acabar por fazer o jantar para todos, facto que amiúde se repete, ela tem participado nas múltiplas actividades que mantemos no exterior. Esteve no nosso acampamento com a família às costas, onde mais uma vez saltou para a cozinha e acabou por ajudar na limpeza do recinto, como se já não bastasse o facto de ter que cuidar dos filhos. Também participou na nossa caminhada nocturna de 34 km (Cheleiros-Lisboa) e já alcançou com o Igor a Técnica de Condução. Vítima de um acidente de viação ocorrido à meia dúzia de anos, ela chegou à Escola com dificuldades locomotoras e acabou por ultrapassá-las, apesar de um dos seus joelhos se encontrar seriamente danificado. No princípio inchavam-lhe as pernas e as dores não a largavam, o que a obrigava muitas vezes ao descanso. Possuidora de uma rara força de vontade, tudo ultrapassou e tem-nos servido de exemplo, servindo inclusive como cartão de visita da escola e disponibilizando-se para ajudar quem chega. Esta mulher de trabalho, dentro da sua simplicidade e rara simpatia, não é portadora de grandes palavras ou de rara erudição, prefere estender a sua mão em ajuda e todos trata como seus, mesmo os recém-chegados que logo encontram nela uma amiga. Apresenta-se sempre do mesmo modo: “Olá! Eu sou a Célia”. A escassez do seu discurso espelha a humildade que habita nela, mais propícia para ouvir do que largar sentenças, mais apostada na fraternidade do que no evidenciar das diferenças, o que faz que ao seu lado todos se sintam bem. Sejamos sintéticos também: obrigado Célia. Por incrível que pareça, ainda há gente assim, como o Mundo seria melhor se mais Célias houvesse!

Sem comentários:

Enviar um comentário