segunda-feira, 7 de março de 2011

O VÔO DO BEIJA-FLOR

Há alguns meses atrás fomos contactados por uma condutora duma fêmea CPA, uma jovem descontraída, objectiva e curiosa, oriunda de uma escola canina que não revelou e que para todos os efeitos prestou um excelente serviço àquele binómio, possibilitando à condutora o exercício da liderança sem qualquer entrave e dotando o animal de uma obediência inquestionável. Fosse lá quem fosse quem lhes valeu, esse alguém mereceu e merece os nossos parabéns, porque com mestria executou o serviço e melhor honrou o seu ofício. Desconhecemos a causa do descontentamento da dona e também nada fizemos para o alimentar, porque há que reconhecer o mérito alheio e não enveredar por juízos temerários. Dentro dos Ibéricos ou dos indivíduos da Península Hispânica habita o pior dos inimigos: eles próprios, uma luta que não lhes dá tréguas e que os induz a atitudes extremadas na procura da auto-satisfação, sendo por isso mesmo gente única e profundamente paradoxal, sujeitos a emoções contraditórias que lhes operam o descarrilamento e os transportam à transumância, tal qual beija-flor que vagueia de flor em flor e raramente aterra. Por um pé-de-vento qualquer, ninguém se livra de passar da excelência à mediocridade ou da sumidade à estultícia, basta sentir a contrariedade e logo o “acossado” parte à desfilada. Estar bem com Deus e o Diabo é uma devoção difícil, porque dependendo dos dias ou das horas, não se anteverá claramente a quem estabelecer oráculo, se a um, se ao outro ou a ambos. Não estamos cá para roubar a alunos a ninguém e convidamos todos os proprietários caninos para o adestramento, porque temos boas escolas, diferentes métodos e muito bons profissionais. A pular de flor em flor ninguém chegará a lugar algum, muito embora alguns possam ver no reflexo da sua imagem a causa do seu descalabro.

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