sábado, 5 de dezembro de 2015

UMA MATRIARCA DANADA NO SAPATINHO

Antigamente dizia-se para as crianças porem os seus sapatinhos junto à chaminé na noite de Natal, que o Menino Jesus iria lá colocar as suas prendas. Hoje tal tarefa cabe ao Pai Natal e nunca houve tantos por todo o lado, apesar da Lapónia ficar lá para o cabo do mundo. E como uma novidade traz a outra, agora também já celebramos o Halloween, o que nos cai bem na fotografia atendendo à nossa parcial herança celta. Neste Natal o proprietário de dois Pastores Alemães negros não irá ter descanso, porque a cadela adulta que já tinha, continua a morder num cachorro que tem agora 6 meses de idade, violenta e insistentemente, ao ponto do cachorro tremer só de a pressentir e urinar-se quando a vê. O homem teme e com razão, que o cachorro fique acobardado para sempre, o que nada lhe convinha, atendendo que o quer para guarda e eventualmente como futuro reprodutor. As arremetidas da cadela e as suas consequências impedem que ambos possam estar soltos em simultâneo. Alarmado com o facto, o dono pede-nos agora conselho, apesar de já lhe terem dito que o problema resolver-se-á naturalmente com o crescimento do cachorro, vaticínio que ninguém pode garantir.
Segundo a nossa experiência e entendimento, foi um erro ter juntado a cadela residente com o cachorro recém-chegado, na altura com 2 meses de idade, porque a fêmea adulta, acostumada a guardar a quinta com um velho macho já desaparecido, tomou o seu lugar e entendeu o infante como um intruso ou invasor, movida pela forçada promoção e pelo impulso herdado à defesa. Se continuarem ambos soltos e em simultâneo, atendendo que os cães aprendem pela experiência, aquele macho poderá acabar esfrangalhado e logo impróprio para o serviço que dele se espera, para além poder inibir-se sexualmente e para sempre, porque já colhe os amargos frutos da aversão da cadela e mais colherá quando esta se encontrar na primeira semana do cio, motivos mais que suficientes para que se mantenha irremediavelmente afastado dela.
O que há a fazer é soltá-los alternadamente, ora um ora outro e proceder à recuperação do cachorro enquanto é tempo, para que não fique submetido hierarquicamente à cadela, venha a evidenciar o seu potencial e futuramente consiga submetê-la. Para facilitar a recuperação do infante, agora traumatizado, convém que seja reabilitado no seu próprio terreno e não noutro, para que o considere seu e o sentimento territorial venha em sua ajuda. Deverá ser convidado para exercícios que promovam a sua confiança, autonomia e robustez, alvo de repetidas recompensas e induzido a ladrar, a defender-se e a atacar, tarefas obrigatórias para que saia vencedor nas futuras contendas, que serão breves, pouco intensas e de reduzida consequência, atendendo à surpresa da cadela e ao dimorfismo sexual presente na raça. Assim solucionamos estes casos e não deixámos nenhum por resolver.

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