sábado, 5 de dezembro de 2015

CURIOSIDADES: A ILHA DO NATAL (AUSTRÁLIA)

A Ilha do Natal, também conhecida como a “Galápagos do Oceano Índico", hoje parte integrante da soberania e território da Austrália, sensivelmente do mesmo tamanho da nossa Ilha das Flores nos Açores, situa-se no Oceano Índico a 2 500 km a nordeste de Perth (Austrália) e a 380 km ao sul de Java (Indonésia).Resultante de erupções basálticas, é uma ilha montanhosa, cujo ponto mais alto é Murray Hill, a 361m acima do nível médio das águas do mar, com um clima seco na maior parte do ano, o que a torna árida até à chegada das monções típicas do índico. Visitada desde tempos remotos por navegantes malaios, passou a constar nas cartas marítimas de holandeses e ingleses no Séc. XVII, vindo somente a ser habitada em 1890, por trabalhadores chineses e malaios, para ali levados por causa da exploração das minas de fosfato. A Ilha dependeu da Colónia Britânica de Singapura até 1 de Outubro de 1958, altura em que passou a fazer parte da Austrália, ainda que só em 1981 os seus habitantes alcançassem a cidadania australiana. A língua oficial é o inglês e a moeda em uso é o dólar australiano. Neste pequeno espaço insular convivem quatro religiões: budismo, islamismo, cristianismo e taoísmo. A sua população actual é constituída por 70% de chineses, 20% de europeus e 10% de malaios. Pensa-se que o seu nome actual ficou a dever-se a William Mynors da East India Ship Company, que ali aportou no Dia de Natal de 1643. A partir de 1991, a administração local tem efectuado investimentos para desenvolver o potencial turístico da ilha, porém sob estritas condições de preservação do meio ambiente e riquíssima fauna (a foto abaixo reporta-se a um Red-footed booby, uma das muitas aves marinhas que ali vivem e nidificam).
Mas o que torna única esta ilha é a migração anual de mais de 100 milhões de caranguejos vermelhos, que migram das florestas para o mar para ali se reproduzirem e desovarem, que geralmente acontece entre os meses de Novembro e Janeiro, dependendo a migração da chuva, já que sem ela não acontece. Nessa ocasião as ruas e estradas da ilha ficam vermelhas de tantos crustáceos, são fechadas ao trânsito e chegam a ser construídas pontes plásticas sobre as vias, para que os caranguejos circulem em segurança. A Ilha do Natal é um verdadeiro paraíso para inúmeras espécies de aves e para 14 espécies de caranguejos, destacando-se entre eles o “caranguejo-coco, o maior invertebrado do mundo.
Apostados em preservar a biodiversidade animal presente na ilha, rica em espécies endémicas, as autoridades estabeleceram leis que regulam e limitam a importação de cães e gatos, a sua circulação e modos de condução nos espaços públicos e nos parques naturais, estabelecendo pesadas coimas sobre os proprietários incumpridores. Gatos e cães são obrigados a ser registados no organismo competente logo aos 3 meses de idade, a circular atrelados e com a chapa do seu número de registo nas coleiras, medidas que nos parecem acertadas diante do muito que importa preservar. O consentimento para a importação de cães carece de um pedido por escrito e da respectiva autorização, que só será concedida caso os cães se destinem a trabalhar em explorações pecuárias como auxiliares. Ao invés de um “Natal Branco”, tão ao gosto ocidental, quem desejar usufruir de um “ paraNatal Vermelho” ainda vai a tempo, faça as malas, leve o guarda-chuva e parta para a Christmas Island (sem cão).

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