quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MÃOS DIVERGENTES E OBSTÁCULOS TIPO ALVO

Apesar de alguns dizerem que sim e o terem escrito, nenhum desporto canino contempla a globalidade dos cães, lacuna advinda do particular e especificidade presente em cada uma das raças. Um cão de mãos divergentes pode ser o ideal para ir às tocas, mas jamais será próprio para a transposição de  obstáculos, porque necessita de parar para fazer a chamada e as suas mãos, mercê do deficiente assentamento ortopédico, não lhe possibilitam um salto convexo, centrado e instantâneo. Nas comuns barreiras verticais, o problema é pouco visível, muito embora se assista à delonga do “pára, arranca”, quando dispostas em sequência. É na transposição de obstáculos tipo alvo que a dificuldade se torna mais evidente (pórtico latino, pneu, bóia, tambor, arco e arco do fogo), porque estes animais côncavos dificilmente os ultrapassarão e quando o intentarem, correrão sérios riscos de lesão, pelo que deverão ser dispensados deste tipo de obstáculos.
Os cães pernaltos, devido ao peito inadequadamente estreito, podem apresentar o mesmo tipo de aprumos dianteiros e igual dificuldade, já que grande nem sempre é sinónimo de versátil. O peito estreito, o abatimento de metacarpos e as mãos divergentes, quando associados, são um legado genético indutor a várias menos valias físicas. Antes de comprar um cachorro, repare nos aprumos dos seus progenitores, para diminuir os riscos de adquirir um animal menos válido. Qualquer um dos defeitos morfológicos apontados, pode ser suavizado e nalguns casos ultrapassado, se aproveitarmos a fase plástica dos cachorros e os convidarmos para a prática de aparelhos e exercícios correctores. Se outra razão não houvesse para justificar o treino aos 4 meses de idade, por certo esta nos bastaria. Mas como nem sempre isso é possível, proteja os cães que apresentam divergência de mãos, livrando-os dos obstáculos que os podem comprometer.

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