Quem disser o contrário mente: qualquer cão pode
ser ensinado, seja para o que for, sem o recurso à trela e isso sucede cada vez
mais. Não obstante, há casos em que se torna imperativo alcançar o ensino
mediante a trela, nomeadamente naqueles em que o desempenho animal necessita de
mais regra e maior cuidado. È mais fácil atrelar um cachorro do que um cão
adulto acostumado a andar desnorteado, muito embora o trabalho à trela exija
técnica e experiência, mais-valias muitas vezes distantes de quem adquire o seu
primeiro cão e que irá também necessitar de tempo e treino. Quando se atrela um
cachorro pela primeira vez, é natural que o animal resista à prisão e puxe para
diante como um desalmado. Normalmente os donos corrigem-no puxando-o para trás,
tal qual cocheiro a puxar as rédeas para travar as bestas, tarefa
invariavelmente acompanhada pelo brado: “Aí, ooooooooh!"
Proceder assim é tremendamente errado e pode levar
o animal à aquisição de vícios que não escondem o seu desencanto pela trela,
tais como evoluir como a cabeça abaixo da linha do dorso ou estar continuamente
a puxar para fora (para a esquerda). Assim,
a correcção deverá ser para a direita e não para trás, para facilitar a reunião
e fixar o cão no dono. Não é por acaso que hoje em dia se facilita este
trabalho pela presença de um brinquedo na mão direita nos condutores, método
que agiliza o “junto” e o torna mais perceptível para os animais, tornando-o
agradável pela atenção que aguarda a recompensa. Mas nem sempre tal é
desejável, particularmente quando procuramos um cão impoluto e incorruptível
que necessite de usar todo o seu campo visual para bater o território adiante, enquanto
cão de patrulha, protector do dono e de si próprio.
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