terça-feira, 1 de outubro de 2013

AÍ, OOOOOOOOH!

Quem disser o contrário mente: qualquer cão pode ser ensinado, seja para o que for, sem o recurso à trela e isso sucede cada vez mais. Não obstante, há casos em que se torna imperativo alcançar o ensino mediante a trela, nomeadamente naqueles em que o desempenho animal necessita de mais regra e maior cuidado. È mais fácil atrelar um cachorro do que um cão adulto acostumado a andar desnorteado, muito embora o trabalho à trela exija técnica e experiência, mais-valias muitas vezes distantes de quem adquire o seu primeiro cão e que irá também necessitar de tempo e treino. Quando se atrela um cachorro pela primeira vez, é natural que o animal resista à prisão e puxe para diante como um desalmado. Normalmente os donos corrigem-no puxando-o para trás, tal qual cocheiro a puxar as rédeas para travar as bestas, tarefa invariavelmente acompanhada pelo brado: “Aí, ooooooooh!"
Proceder assim é tremendamente errado e pode levar o animal à aquisição de vícios que não escondem o seu desencanto pela trela, tais como evoluir como a cabeça abaixo da linha do dorso ou estar continuamente a puxar para fora (para a esquerda). Assim, a correcção deverá ser para a direita e não para trás, para facilitar a reunião e fixar o cão no dono. Não é por acaso que hoje em dia se facilita este trabalho pela presença de um brinquedo na mão direita nos condutores, método que agiliza o “junto” e o torna mais perceptível para os animais, tornando-o agradável pela atenção que aguarda a recompensa. Mas nem sempre tal é desejável, particularmente quando procuramos um cão impoluto e incorruptível que necessite de usar todo o seu campo visual para bater o território adiante, enquanto cão de patrulha, protector do dono e de si próprio.

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