quinta-feira, 16 de abril de 2009

::: Acendura Brava: apresentação e princípios gerais de comportamento e treino :::

O trabalho seguinte desnecessita de prefácio, porque em si mesmo é revelador
e pouco lhe há a acrescentar. Apesar disso, importa agradecer ao autor, não só
pelo presente trabalho, mas também pela dedicação à sua Escola.

Assim, reconheço a justeza dos objectivos, as regras publicitadas, as verdades
manifestas, os propósitos apontados e os benefícios procurados.

O meu muito obrigado ao Dr. Zé Gabriel.
O adestrador em exercício:
JLS.Garrido


Objectivo

O presente texto tem por mero e limitado objectivo dar a conhecer a Escola e, de forma muito sucinta, alguns princípios gerais de comportamento e de treino.

As aulas teóricas são sustentadas em manuais e textos da autoria do responsável pelo adestramento, no qual são desenvolvidos os conteúdos de ensino, de acordo com o estádio de evolução dos binómios, desde as fases iniciais até aos níveis superiores de preparação.

A Acendura Brava

A Acendura Brava é um centro de treino canino que, beneficiando de uma experiência de cerca de 35 anos, se encontra aberto a todas as raças de cães, tendo em vista o respectivo adestramento e, quando esse seja o caso, a sua reeducação, eventualmente em regime de internato. A admissão dos cães pode ser condicionada à apresentação de atestado de robustez ou de outros exames a efectuar por médico-veterinário.

Para além do mero ensino comportamental, o adestramento na Acendura Brava tem em conta as necessidades fundamentais de correcção morfológica dos cães, através do uso de aparelhos (obstáculos correctores) e de exercícios adequados.

Como centro de treino canino a Acendura Brava não se assume como “escola de cães”, mas, sim, como escola de condutores. Nesta conformidade, os condutores constituem o discipulado e é por seu intermédio e com a sua participação activa e permanente que se alcança o adestramento dos cães.

Os condutores integram uma de três classes, designadas pelas letras A, B e C, de acordo com certos critérios de preparação e idade dos cães. A integração na classe A depende, sempre, da prestação de provas de acesso.

A pista de treino da Acendura Brava qualifica-se como “pista táctica”, na medida em que procura representar os obstáculos com que o cão pode deparar na realidade, designadamente em função do fim a que se destina. Como tal, é uma pista em permanentes evolução e mudança. Nessa pista é praticado o ensino elementar, o ensino especial e, em certas condições particulares, o treino de “endurance”.



Seis regras elementares de comportamento na Escola

Os cães entram e saem do recinto da Escola conduzidos à trela.

Os condutores apresentam-se para as lições à hora do respectivo início, devendo tempestivamente comunicar qualquer falta ou atraso.

Os condutores, antes da saída, limpam e arrumam nos devidos lugares o equipamento próprio que permaneça na escola (v.g. bebedouros).

Os binómios não devem entrar na pista sem prévia autorização do adestrador.


Nenhum obstáculo de “endurance” (identificados pelas extremidades vermelhas) pode ser efectuado sem a presença do adestrador e sem a sua prévia autorização.

No “círculo de obediência” e, de um modo geral, no decurso dos exercícios de treino, os condutores devem guardar silêncio entre si e tomar atenção às correcções e indicações do adestrador, ainda que se refiram a outros participantes.



Equipamento básico

Os condutores devem usar vestuário confortável e prático, com especial cuidado quanto ao calçado.

O material de condução elementar é constituído por estrangulador de cabedal e por trela de 1,80 metros, de modelos aprovados pela Escola.

Estrangulador e trela deverão ser marcados pelos donos.

Cada condutor deve possuir um bebedouro para o seu cão, adequado às características deste e também identificado.

Razão de ser do adestramento

O adestramento do cão permite que este adquira comportamentos próprios da sua integração no meio social humano, em resultado de comandos de obediência inseridos, mas tem um objectivo último mais vasto e que respeita a dotar o animal de condições de saúde e bem-estar e das que lhe permitam sobreviver no meio em que está inserido, face às dificuldades que se lhe apresentam.


O método seguido: método da precocidade

Fundado nos ensinamentos de Konrad Lorenz e de Trümler o método da precocidade preconiza o adestramento dos cães a partir dos quatro meses, aproveitando os seus ciclos de crescimento. Assenta sobretudo na ideia da persuasão, contrariando os métodos anteriores fundados na coerção e no ensino a partir da idade adulta (um ano). Relativamente aos animais chegados à Escola em idade mais avançada o método tem necessariamente de ser ajustado em função dos seus carácter e condições físicas.

Disponibilidade física e equilíbrio emocional do condutor

O treino do cão é dirigido pelo adestrador mas executado pelos condutores, salvo em situações especiais. Daí que, por um lado, o ensino vise primeiramente o próprio dono do cão, que tem de aprender o que pode e deve fazer e, por outro, exija do condutor disponibilidade física e uma emotividade equilibrada, que permita adequar os seus comportamentos às circunstâncias do treino.

Perseverança, paciência e rigor

Os novos condutores iniciam um processo de aprendizagem que exige, a um tempo, aquisição de conhecimentos teóricos, destreza de execução e dispêndio físico para que muitos não se encontram preparados. É natural que sintam dificuldade e pode acontecer que experimentem em algum momento a tentação da desistência. Nessas ocasiões, sugere-se que se colha o ânimo necessário para continuar no exemplo dos binómios mais adiantados, que sentiram e venceram iguais dificuldades. A perseverança cedo dará os seus frutos.

Também é natural que algum desânimo se instale quando, não obstante toda a boa vontade, o discípulo cachorro teima no desacerto. Não há que deitar culpas para o cão, que ainda está incipiente ou incerto. A aprendizagem exige tempo e paciência.

Tome-se por certo que as “faltas” do cachorro são sempre “culpa” do condutor e que, por isso, importa determinar os erros cometidos que levaram à inexecução ou à deficiente execução e proceder à sua correcção, com diligência e rigor.


Fidutia et labor

O adestramento exige confiança na capacidade de transformação e de realização. O condutor inseguro transmite imediatamente esse seu estado de espírito ao cão e leva-o, sem querer, ao insucesso. Mas não se confunda confiança com destemor imprevidente. A verdadeira confiança reside na convicção de ser capaz sustentada na segurança de saber fazer. E esta adquire-se com o trabalho, progressivo e insistente, esforçado e profícuo. Daqui o lema que se lê no calcetado do circulo de obediência: Fidutia et labor, confiança e trabalho!..

No adestramento canino só se alcançam os objectivos com trabalho, ainda que o treino tenha como horizonte próximo um grau inferior de condicionamento. Por isso na Acendura Brava não se estabelecem quaisquer limites à permanência dos alunos, dentro dos horários de funcionamento. Pelo contrário, a regra da Escola é a de motivar os condutores à máxima assiduidade e à máxima permanência, a de transformar a Escola no “seu” centro de trabalho. Para além das aulas curriculares, o condutor pode sempre usufruir das instalações da Escola e do apoio do adestrador tendo em vista o aperfeiçoamento e a progressão do binómio.

A confiança refere-se, também, ao próprio ensino. Mas não de forma cega ou gratuita, senão pela compreensão das razões e pela verificação prática. Por esse motivo o ensino teórico faz-se, na Acendura Brava, de forma participada, por meio de leituras explicadas e comentadas e resolução das dúvidas levantadas, com expressão, sempre que possível, em situações reais.

Grupo escolar

O ensino leva à constituição de binómios operativos. Condutor e cão passam a constituir uma “unidade”, distinta e diversa das demais. Todavia, no grupo escolar, os condutores e os seus cães actuam igualmente como agentes de ensino dos restantes participantes, mormente na execução de exercícios de adestramento. Por outro lado, sem prejuízo do espírito competitivo, próprio das pessoas e dos cães e que é saudável e motivador, o grupo escolar assenta em princípios de entreajuda e solidariedade, tendentes à formação de uma colectividade. O espírito colectivo que se deseja tem uma das suas mais interessantes expressões nas apresentações públicas da Escola, à qual concorrem actuais e antigos alunos.



Binómio e liderança


Binómio é o conjunto formado pelo cão e pelo seu condutor, entre os quais deve ser estabelecida e mantida uma relação profunda de amizade e cumplicidade, sem prejuízo da supremacia hierárquica do dono. A perfeita operacionalidade do binómio depende, ainda, da altura relativa dos seus elementos.

O cão só compreende a vida em matilha, nesta transformando o agregado familiar em que é recolhido e no qual procurará o seu lugar relativo. Dependendo do seu temperamento (muito dominante, dominante, submisso, muito submisso, inibido), assim o cão tenderá ou não, mais ou menos intensamente, a procurar um lugar cimeiro ou subordinado. Pretende-se que o cão possua um temperamento forte e voluntarioso mas que em todas as circunstâncias reconheça no seu dono e condutor o chefe da matilha. A liderança pelo condutor é condição necessária, ainda que não suficiente, para o êxito do adestramento.

Liderança não significa violência ou domínio pela força. A violência está arredada do adestramento, tomando-se por tal todo o tipo de agressão física ou psicológica gratuita ou desproporcionada. Mas supõe, sempre, a imposição da vontade do dono, quando operada dentro dos limites das capacidades do cão, não lhe permitindo evasivas ou fugas, ainda que pequenas, ao que é comandado. A admoestação verbal com uso do comando inibitório “não” será, as mais das vezes, remédio para as faltas.

O cão em casa

O adestramento ministrado na Escola tem de ser repetido pelo condutor, no seu ambiente doméstico, relativamente àqueles exercícios que não exijam condições especiais e para os quais tenham absorvido os correspondentes meios técnicos de execução – recapitulação doméstica.

É ao condutor que cumpre assegurar a alimentação e a higiene do cão, o passeio diário, a deslocação ao veterinário, a medição da temperatura e das pulsações, a verificação do estado das fezes, o cumprimento do calendário de vacinação. Nenhuma destas tarefas pode ser confiada a terceiros, a não ser em situações de premência inultrapassável.

A higiene do cão supõe a sua limpeza diária, com uso de equipamento adequado, a desparazitação regular, a utilização de desinfestantes, a alimentação adequada.

O passeio é fundamental para o desenvolvimento muscular, para a correcção de aprumos, para que o cão se torne confiante na presença de situações passíveis de lhe causar temor e para que se aperceba dos perigos que tem de evitar. Mas passeio não é um circuito descontraído em torno do quarteirão ou num jardim próximo, em que ao cachorro se permita cheirar criteriosamente os odores dos que o precederam. Este ritual dos cheiros é necessário, corresponderá a um momento de descontracção e de lazer mas não substitui o andamento à trela, em marcha junto do dono, concentrado na própria progressão, ginasticado, firme e na extensão recomendada. Impõe-se nos passeios a variação dos locais e dos ecossistemas.

Os demais elementos do agregado familiar do condutor são, relativamente ao animal, elementos neutros. Não participam das tarefas fundamentais cometidas ao dono, senão em circunstâncias excepcionais e evitando comandos inibitórios. São, todavia, imprescindíveis para o desenvolvimento psicológico do cão, comportando-se como companheiros de matilha, com quem o cão brinca e sobre quem exerce a sua função protectora. Os elementos neutros deverão acompanhar o condutor durante as aulas, sempre que possível.

Conhecer o cão

O cão é um indivíduo, com características próprias que devem ser conhecidas. Mas participa das que são comuns à raça, que igualmente devem ser apercebidas. A posição das orelhas e da cauda, os sons que emite, as atitudes corporais, devem ser estudadas e compreendidas, de modo a que a simples observação do canídeo permita aperceber um estado de alerta indicativo da aproximação de estranhos, um convite para a brincadeira, uma reacção de temor, a eminência de uma atitude agressiva, um pedido de ajuda, etc. Deve o condutor igualmente possuir algum conhecimento da morfologia do cão e dos seus aspectos funcionais


Viver com cão

Ao cão deve ser conferido um elevado estatuto, o de segundo no comando. É quem caminha ao lado do dono; é o zelador do bem-estar e da segurança do dono e de tudo e todos que a este pertencem. E isto é incompatível com o desprezo pela sua convivência, pelo ostracismo, pela vida entre as quatro paredes do canil. Sem dúvida que um canil se revela necessário em diversas ocasiões, mormente para salvaguarda da integridade do cão, mas não deve constituir uma “gaiola”, a cuja porta o dono se apresenta apenas para entregar comida e pedir trabalho. Viver com o cão, partilhar com este inteiramente o ambiente doméstico, permitir-lhe assento no sofá da sala, deixá-lo enrolar-se, à noite, aos pés da cama, ouvir-lhe o arfar sossegado enquanto se trabalha no escritório é percorrer o caminho certo para a construção de um binómio são. Infelizmente será, também, o “pesadelo” de donas de casa criteriosas…


O cão na Escola

Todas as aulas obedecem a um figurino estabelecido pelo adestrador, tendo em conta a diversidade dos binómios, o seu grau de evolução ou de capacidade e as necessidades específicas de cada um. Trata-se de uma tarefa complexa, raramente apercebida pelos condutores, que supõe um conhecimento particular e completo de todos os binómios, a definição de objectivos e o estabelecimento de metas para cada um. Sejam estes quais forem, porém, todas as aulas alternam períodos de trabalho (geral ou específico) com períodos de descanso dos cães, nos quais lhe é devida compensação pelo trabalho realizado..

O cão trabalhou, efectuou com êxito o que lhe foi determinado ou, pelo menos, evoluiu nos exercícios solicitados. Está cansado, apetece-lhe refrescar-se e anseia pela atenção do dono, pelo afago demonstrativo de agrado. Tem, isto é, direito à compensação, não a uma qualquer compensação, tímida ou distante, mas, sim, à compensação próxima, efusiva, exuberante. Nenhum condutor deve sentir-se inibido ou ridículo por acarinhar o seu cão. Deve, ao invés, mantê-lo junto a si, mostrar-lhe apreço, acariciá-lo. E, nestes momentos, um biscoito ou outra qualquer guloseima pode ser prémio devido.


Durante a permanência na Escola os condutores devem exercer vigilância sobre os cães, mormente nos momentos de repouso ou restauro em que há maior proximidade entre os animais, a fim de se evitarem confrontos indesejáveis. A sociabilização entre os cães e a sua indiferença relativamente a outros animais são imprescindíveis. Cão que ataca outros cães (efeito turquês) é candidato à reeducação e, por isso, desde cedo deve ser condicionado à convivência pacífica mediante manobras de sociabilização. Os ataques são sempre precedidos pela fixação do alvo e, muitas vezes, desacompanhados de sinais sonoros (rosnar), devendo o condutor estar atento aos indícios a fim de os anular. Tendo em vista a habituação dos cães, estes convivem na Escola com diversos animais, designadamente gatos que circulam em liberdade.



O “círculo de obediência”

Na pista de treino está definido, em calcetado, um percurso circular, com cerca de 50 metros de perímetro, a que se chama “círculo de obediência” e onde os condutores praticam muitos dos exercícios de treino. Na gíria escolar ainda hoje se fala em “círculo de 36 metros”, que correspondia à sua anterior extensão, definida para a utilização simultânea de 18 binómios.

A evolução dos binómios assenta nas práticas de cavalaria. A esquadra é composta por seis binómios e a sua evolução pode ser feita em frente de um, dois ou três binómios. Em qualquer situação, sendo a primeira a mais comum, cada binómio deve guardar a distância de um metro relativamente ao que o precede, mantendo sempre a cadência de andamento. A formação está sujeita a certas regras de precedência, mormente em razão das raças, pelagem, idade e sexo dos cães.


Linguagem verbal e gestual

O adestramento supõe a instalação de automatismos através de comandos de imobilização e de direcção. E estes exprimem-se por ordens verbais e por gestos. As ordens verbais podem variar de vocalização, de escola para escola, e tendem a ser progressivamente substituídas pelos comandos gestuais, que, todavia, deverão desde o início acompanhar os verbais. Os gestos, que também podem variar de escola para escola, possuem desenhos próprios, adequados ao movimento que se pretende do cão.

O uso disciplinado dos comandos verbais e gestuais é imprescindível, de modo a não criar confusão e a não esgotar inutilmente a capacidade de memorização do cão. A uma acção corresponde um só comando e o mesmo comando serve para uma só acção. Esta disciplina adquire-se com a prática, mesmo porque os comandos vão sendo gradualmente ensinados ao condutor e inseridos no cão.


Postura, respiração e entoação dos comandos

Conduzir um cão deve proporcionar a quem olha uma imagem de elegância, desenvoltura e entendimento. O condutor caminha erecto, com elasticidade, olhando em frente e respirando naturalmente. As orientações dadas pela trela são quase que apenas sugeridas. E os comandos emitidos, por regra, de forma convidativa, calma, serena, ainda que audível e determinativa. Em tal imagem descobrir-se-á, até (porque não?) um pequeno toque de vaidade.

Postura, respiração e entoação de comandos, assim, definem a qualidade do condutor e condicionam a própria qualidade do cão, sendo, por isso, objecto de cuidado especial no decurso do adestramento.




Condução e mão de condução

O adestramento compreende diversos tipos de condução: à trela, em liberdade, linear (progressão com o cão ao lado do condutor), dinâmica (com alterações do andamento do cão, da marcha para o galope), nuclear (progressão da cão em liberdade, permanecendo o condutor à distância). Nas fases iniciais do adestramento a condução é linear, atrelada e dinâmica. Mais para a frente passa-se para a condução em liberdade (também linear e dinâmica) e, em estádio avançado, para a condução nuclear. A condução linear atrelada começa com o cão do lado esquerdo do condutor (condução natural ou à esquerda), evoluindo depois para o lado inverso (condução à direita).

A trela não serve de “corda” para prender ou reprimir o cão. Constitui um instrumento de ensino pelo qual se transmite o comportamento que dele se deseja. Não funciona como factor de penosidade ou desconforto, senão como meio de ajuda ou de orientação. Com a trela o cão deve sentir-se seguro, protegido, confortável. Ao uso correcto da trela corresponde uma boa “mão de condução”. E esta aprende-se, mais ou menos facilmente de acordo com a maior ou menor sensibilidade do condutor.


“Junto” – a primeira e principal vitória

A primeira e principal vitória do condutor é conseguir o “junto” na condução à esquerda, isto é, conseguir que o seu cão se desloque conduzido à trela, sem pressão para o exterior, para a frente ou para trás, quase encostando o anterior direito à perna esquerda do condutor.

Primeira vitória porque a figura exige dinamismo na marcha, postura erecta e ágil, respiração controlada, resistência física, mão esquerda actuante na trela, comandos verbais no tempo certo, tudo ou quase tudo o que o condutor ainda não possui ou não consegue. O cachorro, por seu lado, parece adivinhar as dificuldades do dono e querer agravá-las, adiantando-se, atrasando-se, parando, “pendurando-se” à esquerda… Ao fim de uns centos de metros revelam-se as sequelas da vida sedentária e o comodismo reivindica o seu lugar. Haverá, então, que fazer apelo ao ânimo e continuar, na certeza de que, em dado momento, quando menos se esperar, o cão “entra” no “junto”, compreendendo e aceitando o que dele se pretende. A partir daí tudo se torna mais leve, prosseguindo mais facilmente a tarefa de “afinação”.

Principal vitória porque o “junto” é o pilar da obediência, dele dependendo a correcção de muitas outras figuras e, em particular, o êxito da futura condução em liberdade.



“Glórias” da Acendura Brava

Desta Escola, ao longo dos seus muitos anos de actividade, saíram formados cães extraordinários, muitos aqui criados, alguns a que terceiros não auguravam futuro promissor e uns tantos que, por razões de conformação, estavam erradamente sentenciados ao abandono e à inércia. Atingiram níveis elevados de preparação, alguns, felizmente ainda vivos, chegaram ao estrelato, participando em séries televisivas e todos constituíram e constituem motivo de orgulho para os seus donos e para o seu adestrador.

Não há razões para que o seu cão não venha também a ser uma das “glórias” da Acendura Brava. A obtenção desse resultado está inteiramente nas suas mãos. Para isso,

fidutia et labor!

JGAR

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