Um reputado empresário, proprietário de uma casa no
Algarve, com praia privativa, onde raramente vai e que ainda a conserva por
causa dos netos, muito embora ao cuidado de um empregado durante a maior parte
do ano, contou-nos recentemente o ocorrido por ali, um episódio real que até
parece anedota, por ser insólito e por demais caricato. Vamos aos factos:
Por volta
das três horas da tarde, um intruso entrou dentro da propriedade e foi
surpreendido pelo velho cão da casa, um Pastor Alemão de 12 anos de idade, que
desagradado com a intromissão, correu no seu encalce, acabando o homem
derrubado, imoblizado e ligeiramente ferido. O responsável pela casa, o
empregado encarregue dela, assustado, ligou de imediato para a polícia, que até
nem demorou. Quando os agentes chegaram, para começo de conversa, um deles
perguntou-lhe pelo boletim de vacinas do cão e pareceu pouco importar-se com o
presumível ladrão. Depois de entregar o que lhe havia sido solicitado, estupefacto,
o empregado perguntou-lhe porquê, ao que ele respondeu ser bom que estivessem
em dia (as vacinas), pois caso contrário, o cão iria de charola e até poderia
vir a ser abatido. Uma vez comprovada a legalidade do cão, dirigiram-se os três
ao hospital.
Chegados lá e depois do intruso tratado,
questionou-se quem pagaria a despesa relativa ao seu tratamento. O polícia
disse prontamente que não pagava e que quem deveria pagar era o ladrão, ao que
ele respondeu ser impossível, por ter acabado de entrar ao serviço, não ter
sido bem sucedido e ainda não ter feito qualquer dinheiro. Como do hospital não
podiam sair sem pagar, vencido pelo rídiculo e farto de tanta espera e miséria,
o empregado desistiu de apresentar queixa e resolveu o impasse, pagando ele
mesmo a despesa. Mais tarde viria a ser reembolsado pelo patrão.
PS: O ladrão também não apresentou queixa,
prescindindo assim dos seus direitos legais.
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