segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A POSTURA DUM E DOUTRO

É grande o número de cães que vemos a passear pelas cidades e é curioso reparar na postura de donos e cães quando saiem á rua, porque raramente desfilam em harmonia e alinhados, sendo comum vê-los com o “passo trocado”: os cães em porte majestoso e os donos com um ar assustado, uns confiantes e os outros embaraçados. Esta situação tanto pode resultar da falta de preparo dos donos como da ânsia dos animais em sair de casa, ou de ambos os casos, mas não esconde tanto a ausência da liderança como a inexistência de algum tipo de adestramento. Mas se as coisas ficassem por aí, não viria ao mundo grande mal, o pior é que vamos encontrar binómios com estas características dentro das classes escolares.
A postura de um condutor é um precioso subsídio de ensino, porque a mímica reforça a mensagem e é facilmente compreendida pelos cães, animais que vivem em constante observação, pródigos em rituais e mestres na interpretação das expressões corporais, tanto das suas como das alheias. Assim, porque a cumplicidade e o êxito das acções também passam por aí, importa que os condutores mantenham uma postura erecta, natural e confiante, que denote determinação e não suscite qualquer dúvida, porque a melhor forma de comandar acontece pelo exemplo. No adestramento, diferentes comandos exigem diferentes posturas, mas nenhum automatismo dispensa a componente mímica que o tornou possível. A linguagem corporal de um condutor deve reforçar ou enfatizar a linguagem verbal expressa pelos comandos, porque doutra maneira atentará, mercê da confusão, contra o cumprimento pronto e imediato das ordens solicitadas aos cães, porque quando o corpo nos trai, dificilmente a voz nos salva.

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