É grande
o número de cães que vemos a passear pelas cidades e é curioso reparar na
postura de donos e cães quando saiem á rua, porque raramente desfilam em
harmonia e alinhados, sendo comum vê-los com o “passo trocado”: os cães em
porte majestoso e os donos com um ar assustado, uns confiantes e os outros embaraçados.
Esta situação tanto pode resultar da falta de preparo dos donos como da ânsia
dos animais em sair de casa, ou de ambos os casos, mas não esconde tanto a
ausência da liderança como a inexistência de algum tipo de adestramento. Mas se
as coisas ficassem por aí, não viria ao mundo grande mal, o pior é que vamos
encontrar binómios com estas características dentro das classes escolares.
A postura
de um condutor é um precioso subsídio de ensino, porque a mímica reforça a
mensagem e é facilmente compreendida pelos cães, animais que vivem em constante
observação, pródigos em rituais e mestres na interpretação das expressões
corporais, tanto das suas como das alheias. Assim, porque a cumplicidade e o
êxito das acções também passam por aí, importa que os condutores mantenham uma
postura erecta, natural e confiante, que denote determinação e não suscite
qualquer dúvida, porque a melhor forma de comandar acontece pelo exemplo. No
adestramento, diferentes comandos exigem diferentes posturas, mas nenhum
automatismo dispensa a componente mímica que o tornou possível. A linguagem
corporal de um condutor deve reforçar ou enfatizar a linguagem verbal expressa
pelos comandos, porque doutra maneira atentará, mercê da confusão, contra o
cumprimento pronto e imediato das ordens solicitadas aos cães, porque quando o
corpo nos trai, dificilmente a voz nos salva.
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