A matilha, enquanto modo de escalonamento social e meio de sobrevivência para o grupo, poderá servir de inspiração a uns tantos que naturalmente abominam ou ignoram a necessidade da liderança. Qualquer grupo animal, inclusive o humano e aqui de sobremaneira, carece de uma liderança autêntica e determinada para o alcance das metas e objectivos dos seus agregados, para que a desorganização não impere e os mais sãos propósitos caiam em saco roto. O grosso dos condutores na cinotecnia funciona também como agente de ensino sobre todos os cães em classe, influindo directamente no seu progresso ou retrocesso, porque constituirá parte integrante da experiência directa desses animais. Cabe à liderança, para além dos seus mais variados e múltiplos deveres, preservar a unidade do grupo em torno do seu objectivo maior: o adestramento, já que a disparidade de interesses leva ao sectarismo, ao desânimo, ao desinteresse e pode provocar nalguns o abandono das classes escolares pelo logro do processo pedagógico anteriormente anunciado. É de todo desejável que os condutores cinotécnicos possuam outros interesses em comum para além do desejo de ensinar cães, porque isso mantê-los-á unidos por mais tempo e facilitará o seu entrosamento. No entanto, convém que a globalidade dos interesses comuns não usurpe o tempo e a dedicação necessários ao adestramento, tornando-o desse modo um pretexto e não um fim. A matilha espontânea escolar exige um grupo coeso em torno do ensino canino e cabe à liderança zelar por isso, ainda que lhe apeteça ir pescar lulas a candeeiro ou serpentear os montes de parapente, exactamente como alguém disse: “ Conhaque é conhaque e serviço é serviço”.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
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