terça-feira, 22 de maio de 2012

QUE GRANDE CÃO EU LHE VENDI!

Muita gente já fechou as portas e entre ela grande número de sensatos, um sem número de oportunistas e outro tanto de gente imprópria, graças à actual crise económica que inevitavelmente acabou por atingir a canicultura e os seus apaixonados, também ela vítima e reflexo do outrora crédito fácil que teve como consequências o aumento da procura e a supervalorização dos cães, como se o dinheiro não tivesse fim e nunca nos viessem a pedir contas. Nunca foi tão fácil comprar um cão, considerando que algumas raças são agora vendidas a 1/6 do preço encontrado nos finais da década de 90, altura áurea para a importação e ocasião para grandes negociatas. Como a crise não é só falada em português e ultrapassa largamente as nossas fronteiras, também porque alguns países de leste fazem hoje parte da Comunidade Europeia, exportando para aqui cães a baixo preço e nem sempre de boa qualidade, por toda a Europa o preço dos cães baixou drasticamente e encontra-se tabelado quase ao preço dos gastos. Salvo honrosas excepções, que são motivo de inspiração, a maioria das ninhadas nacionais acaba também por pagar com a barriga o preço da crise, havendo por aí muitas subnutridas e até famélicas, lembrando ratos carecas em ecossistema de parco alimento. Por força da austeridade, ao contrário do que antes sucedia, irá caber aos futuros proprietários a recuperação desses cachorros, façanha alheia aos seus criadores que aproveitarão esse investimento para justificarem a qualidade do seu produto, soltanto frases do género: “ Está ver… que grande cão eu lhe vendi!”

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