Muita
gente já fechou as portas e entre ela grande número de sensatos, um sem número
de oportunistas e outro tanto de gente imprópria, graças à actual crise
económica que inevitavelmente acabou por atingir a canicultura e os seus
apaixonados, também ela vítima e reflexo do outrora crédito fácil que teve como
consequências o aumento da procura e a supervalorização dos cães, como se o
dinheiro não tivesse fim e nunca nos viessem a pedir contas. Nunca foi tão
fácil comprar um cão, considerando que algumas raças são agora vendidas a 1/6
do preço encontrado nos finais da década de 90, altura áurea para a importação
e ocasião para grandes negociatas. Como a crise não é só falada em português e
ultrapassa largamente as nossas fronteiras, também porque alguns países de
leste fazem hoje parte da Comunidade Europeia, exportando para aqui cães a
baixo preço e nem sempre de boa qualidade, por toda a Europa o preço dos cães
baixou drasticamente e encontra-se tabelado quase ao preço dos gastos. Salvo
honrosas excepções, que são motivo de inspiração, a maioria das ninhadas
nacionais acaba também por pagar com a barriga o preço da crise, havendo por aí
muitas subnutridas e até famélicas, lembrando ratos carecas em ecossistema de
parco alimento. Por força da austeridade, ao contrário do que antes sucedia,
irá caber aos futuros proprietários a recuperação desses cachorros, façanha
alheia aos seus criadores que aproveitarão esse investimento para justificarem
a qualidade do seu produto, soltanto frases do género: “ Está ver… que grande
cão eu lhe vendi!”
terça-feira, 22 de maio de 2012
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