sexta-feira, 10 de agosto de 2012

UM CAÇADOR OU UM TERRITORIAL?


Na hora de escolher um cão para colocar dentro de um apartamento a escolha não é fácil, as dúvidas subsistem e o aconselhamento peca por ser escasso. A opção pelos cães miniatura é a mais comum, o que nos parece correcto diante das características psíquicas e morfológicas desses animais, menos explosivos e mais carentes, francamente dependentes e pouco dados à excursão. Alguns deles, forçados pela apertada coabitação, adquirirão traços comportamentais tangíveis aos dos seus donos e manterão com eles uma relação quase telepática.
Se para os mais os mais velhos a escolha é óbvia, por beneplácito da experiência e do peso dos anos, para os mais activos e para aqueles que embicam contra os cães pequenos as dúvidas permanecem. Actualmente assiste-se à proliferação do Weimaraner e o braco cinzento deambula pelos jardins como libélulas à volta de lagos ou pequenos cursos de água, num troar único provocado pelo rasgo do seu galope, alegre, meio escangalhado e constante, sucedendo agora aos Spaniels, Retrievers e Boxers nos lares portugueses urbanos, apesar dos machos adultos rondarem os 30 kg e de alguns chegarem a ultrapassar esse valor.
Há por cá uma idéia errada acerca dos cães territoriais, aquela que os julga inadequados para conviver em apartamentos, o que de sobremaneira tem beneficiado os cães caçadores. E dizemos errada diante do bem-estar animal e face à distinção existente nos diferentes grupos somáticos caninos, considerando o seu particular psíquico, gregário e excursionista. O cão de caça necessita de bater território, para isso nasceu e foi criado, de mau grado se vê encerrado, de inicío ladra por protesto e vai acabar gordo e anafado, o que nada abona em função da sua saúde, qualidade de vida e longevidade, pois nasceu para a excursão e a sua isenção irá condená-lo, torná-lo incaracterístico e desalentado, num caçador de petiscos com o espectro da obesidade à porta, o que de certa maneira muito tem contribuído para a devoção ao Stº Cesar Millan e seus truques, rotineiramente nos altares da televisão (que saudades temos do Speedy Gonzalez).
No nosso entender, e temos farta experiência nisso, o cão territorial estará melhor num andar que o cão de caça, apesar de necessitar de maior controlo, porque naturalmente é um defensor de pessoas e bens e raramente se afasta delas e seus pertences, vivendo feliz no território que lhe foi destinado ou confiado, pois considera casa do dono como seu castelo, refúgio e fortaleza, tem menos propensão excursionista e sempre procura a companhia do seu líder, possui poucos instintos e observa sem maiores dificuldades as regras a que irá ser sujeito, porque é maleável e tem vindo a ser seleccionado para a parceria, dando até aqui inequívoca mostra disso. E dentro dos cães territoriais há-os de todas as cores, tamanhos e pesos, sendo grande número deles desconhecido do público em geral. Informe-se ou solicite-nos informação, porque para além da sua felicidade pessoal, importa que o cão que você escolher se sinta bem e venha  igualmente a ser feliz.

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