Na hora de escolher um cão para
colocar dentro de um apartamento a escolha não é fácil, as dúvidas subsistem e
o aconselhamento peca por ser escasso. A opção pelos cães miniatura é a mais
comum, o que nos parece correcto diante das características psíquicas e
morfológicas desses animais, menos explosivos e mais carentes, francamente
dependentes e pouco dados à excursão. Alguns deles, forçados pela apertada
coabitação, adquirirão traços comportamentais tangíveis aos dos seus donos e
manterão com eles uma relação quase telepática.
Se para os mais os mais velhos a
escolha é óbvia, por beneplácito da experiência e do peso dos anos, para os
mais activos e para aqueles que embicam contra os cães pequenos as dúvidas
permanecem. Actualmente assiste-se à proliferação do Weimaraner e o braco
cinzento deambula pelos jardins como libélulas à volta de lagos ou pequenos
cursos de água, num troar único provocado pelo rasgo do seu galope, alegre,
meio escangalhado e constante, sucedendo agora aos Spaniels, Retrievers e Boxers
nos lares portugueses urbanos, apesar dos machos adultos rondarem os 30 kg e de
alguns chegarem a ultrapassar esse valor.
Há por cá uma idéia errada acerca dos
cães territoriais, aquela que os julga inadequados para conviver em apartamentos,
o que de sobremaneira tem beneficiado os cães caçadores. E dizemos errada
diante do bem-estar animal e face à distinção existente nos diferentes grupos
somáticos caninos, considerando o seu particular psíquico, gregário e
excursionista. O cão de caça necessita de bater território, para isso nasceu e
foi criado, de mau grado se vê encerrado, de inicío ladra por protesto e vai
acabar gordo e anafado, o que nada abona em função da sua saúde, qualidade de
vida e longevidade, pois nasceu para a excursão e a sua isenção irá condená-lo,
torná-lo incaracterístico e desalentado, num caçador de petiscos com o espectro
da obesidade à porta, o que de certa maneira muito tem contribuído para a
devoção ao Stº Cesar Millan e seus truques, rotineiramente nos altares da televisão
(que saudades temos do Speedy Gonzalez).
No nosso
entender, e temos farta experiência nisso, o cão territorial estará melhor num
andar que o cão de caça, apesar de necessitar de maior controlo, porque
naturalmente é um defensor de pessoas e bens e raramente se afasta delas e seus
pertences, vivendo feliz no território que lhe foi destinado ou confiado, pois
considera casa do dono como seu castelo, refúgio e fortaleza, tem menos
propensão excursionista e sempre procura a companhia do seu líder, possui
poucos instintos e observa sem maiores dificuldades as regras a que irá ser
sujeito, porque é maleável e tem vindo a ser seleccionado para a parceria,
dando até aqui inequívoca mostra disso. E dentro dos cães territoriais há-os de
todas as cores, tamanhos e pesos, sendo grande número deles desconhecido do
público em geral. Informe-se ou solicite-nos informação, porque para além da
sua felicidade pessoal, importa que o cão que você escolher se sinta bem e
venha igualmente a ser feliz.
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