Nasceu vadio em Colares, foi dado para adopção e chegou à Acendura. Com ele vieram os seus irmãos de ninhada, um irmão e uma irmã. O irmão era negro e recebeu o nome de Eusébio, a irmã morreu precocemente, vítima do ataque de uma cadela CPA, recém chegada e sem qualquer tipo de sociabilização. Recebeu o nome de PM, oficialmente significava primeiro-ministro, muito embora a sigla se prestasse a outros nomes, nomeadamente os atribuídos aos condutores com pouca prática. Desde de muito novo se acostumou à pista táctica, aos donos e aos cães, chegando a enroscar-se nas malas das senhoras. Saltava para o colo de quem lhe inspirasse confiança, era um exímio detector de farnéis e dormitava sobre os obstáculos. Considerava-se dono do recinto e adoptou-o como lugar social. Era valente, calmo e participativo, não se intimidava e constituía facilmente parceria com os cães. Fazia-se anunciar, à entrada da pista, com um miar rouco e prolongado, em passo decidido, de postura altiva e rabo alçado, estivesse lá quem estivesse! Aprendeu a fazer os obstáculos através da memória afectiva, ou como se diz hoje, pelo contributo do reforço positivo. O dono da comida era sem dúvida o seu patrão, cegava-se pelas iguarias e não esperava ser convidado. Como foi criado no canil, por vezes dormia com os cães, bem depressa se familiarizou com eles, adoptando uma postura insuspeita e pouco visível nos gatos. Era tardio para se irar e nunca se punha em fuga: um gato que se julgava cão. Graças a estes atributos, contribuiu objectivamente, durante uma dúzia de anos, para a sociabilização dos cães escolares. Pastores Alemães, Dobermanns, Terras Novas, Boxers, Dogues Argentinos, Rottweilers, Filas de S.Miguel, Serras da Estrela, Podengos e Pointers, entre tantas outras raças, beneficiando do seu contributo, chegaram à obediência inquestionável.
Se houver um Céu para os animais, como eu julgo haver, certamente o PM lá estará, ronronando e de papo para o ar, dando as boas vindas aos que lá chegam, aos seus companheiros de jornada. Cá em baixo, educou várias gerações de cães, protegendo a sua espécie e contribuindo para o objectivo central do adestramento. Obrigado PM, estejas onde estiveres.
Se houver um Céu para os animais, como eu julgo haver, certamente o PM lá estará, ronronando e de papo para o ar, dando as boas vindas aos que lá chegam, aos seus companheiros de jornada. Cá em baixo, educou várias gerações de cães, protegendo a sua espécie e contribuindo para o objectivo central do adestramento. Obrigado PM, estejas onde estiveres.
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