Entre os
canicultores subsiste uma fauna rara que nem por isso tende à extinção, um número
reduzidíssimo de cavalheiros que ficará para a história pelas piores razões e
que irá prejudicar em simultâneo pessoas e cães, graças à sua cegueira e pouco
escrúpulo na selecção dos animais tidos como de trabalho, que à imitação
doutros lá fora, faz da hibridação esporádica prática corrente, mais de acordo
com as suas convicções do que no benefício das raças lesadas. Como se já não
bastasse o insucesso do Lobo-Checo enquanto cão de utilidade, a quem é
reconhecido um fraco impulso ao conhecimento e uma tremenda carga instintiva,
ainda há quem se sirva dele para alcançar maior porte e rusticidade dentro dos
pastores alemães, características atávicas que obstam ao melhor rendimento dos
cães. Se os híbridos de primeira geração nascerem preto-afogueados, só uma observação
mais detalhada e demorada conseguirá detectá-los, já no caso dos lobeiros tudo
se torna mais fácil, porque desprezam a variedade dominante que lhes é comum e
regressam à proto-dominância do lobo cinzento, adquirindo traços fisionómicos,
nuances, comportamentos e posturas próximas desse parente silvestre. O cunho
pessoal de uns que leva à bastardia de outros é um autêntico “nó cego” contra
os apaixonados e defensores da pureza no Pastor Alemão, uma traição encoberta
que só o ADN porá a descoberto. Até lá há que estar atento e denunciar quem
conspurca e adultera o cão da nossa predilecção.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
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