quinta-feira, 14 de junho de 2012

OS CÃES DA JUVENTUDE

Temos vindo a reparar que os homens escolhem diferentes raças caninas de acordo com a franja etária que atravessam e segundo a maturidade que cada idade oferece, espelhando assim a sapiência ou a irreverência típica de cada estágio evolutivo. È evidente que há gente que não melhora, que não aprende com os seus erros, que mal interpreta a experiência e desconsidera as suas lições, tropeçando invariavelmente nas mesmas armadilhas que a si mesma se sujeita. Assim como há uma idade própria para se ter um cão agressivo ou proscrito, também haverá outra que se harmonizará com um cão dócil e socialmente bem aceite, muitas vezes marca de status e sinal de bem-estar. Os jovens, movidos saudavelmente pela contestação e irreverência, porque o mundo precisa de avançar, sempre acabam por escolher cães de idêntica condição na procura do seu lugar ao sol, munindo-se inúmeras vezes de animais tenebrosos para esconder os seus receios e alcançar os seus anseios. Quando se é jovem tem-se um fila, um malinois, um rottweiler ou um grande mastim, e daí não virá grande mal ao mundo porque tal é reflexo do nosso aprendizado. Do mesmo modo, outros menos chegados aos cães e embevecidos pela política, começaram por distribuir panfletos marxistas-leninistas e acabaram como líderes destacados de partidos conservadores nas voltas que o mundo dá. Estamos aqui para valer aos jovens, pois serão eles que nos irão render. Como não queremos que partam atrasados, instamos para que nos oiçam e vão mais além, evitando-lhes os nossos erros e robustecendo-os com a nossa experiência.

O CHECO ENCOBERTO E A POLÍTICA DO NÓ CEGO

Entre os canicultores subsiste uma fauna rara que nem por isso tende à extinção, um número reduzidíssimo de cavalheiros que ficará para a história pelas piores razões e que irá prejudicar em simultâneo pessoas e cães, graças à sua cegueira e pouco escrúpulo na selecção dos animais tidos como de trabalho, que à imitação doutros lá fora, faz da hibridação esporádica prática corrente, mais de acordo com as suas convicções do que no benefício das raças lesadas. Como se já não bastasse o insucesso do Lobo-Checo enquanto cão de utilidade, a quem é reconhecido um fraco impulso ao conhecimento e uma tremenda carga instintiva, ainda há quem se sirva dele para alcançar maior porte e rusticidade dentro dos pastores alemães, características atávicas que obstam ao melhor rendimento dos cães. Se os híbridos de primeira geração nascerem preto-afogueados, só uma observação mais detalhada e demorada conseguirá detectá-los, já no caso dos lobeiros tudo se torna mais fácil, porque desprezam a variedade dominante que lhes é comum e regressam à proto-dominância do lobo cinzento, adquirindo traços fisionómicos, nuances, comportamentos e posturas próximas desse parente silvestre. O cunho pessoal de uns que leva à bastardia de outros é um autêntico “nó cego” contra os apaixonados e defensores da pureza no Pastor Alemão, uma traição encoberta que só o ADN porá a descoberto. Até lá há que estar atento e denunciar quem conspurca e adultera o cão da nossa predilecção.

O RAPAZ DAS BOAS INTENÇÕES

Conhecemos um rapazola cheio de boas intenções que circula por todo o lado com o seu cachorro pittbull à solta, adiantando que assim procede para alcançar a sociabilização do animal. Até agora nada de extraordinário aconteceu, apesar do rapaz “ingenuamente” suspender o cão em vários potenciadores de mordedura por mais ou menos tempo. O cachorro já alcançou a maturidade sexual e ao que parece começou a detestar uma raça em particular. Quando brinca com os outros cães sempre lhes rouba os objectos e não raramente usa o rosnar gutural para alcançar os seus intentos. A somar a isto, o cão nunca anda à trela e tendencialmente ensurdece-se perante as ordens que lhe são dadas, obedecendo somente pelo recurso à coerção. Diante destes factos não se adivinha um futuro feliz para o cachorro e muito menos para aqueles que com ele se irão cruzar, sendo caso para se dizer: “ de boas intenções está o inferno cheio!”

MACHO ALFA, DESGRAÇA MINHA

Nem todas as raças caninas se podem educar com papas e bolos, ainda que nelas subsistam indivíduos mais fáceis de ensinar e próprios para a cumplicidade. Apesar dos criadores das raças mais duras alertarem para a necessidade de uma liderança forte, muita gente sem essa qualidade teima em adquirir cães de forte impulso ao poder que tendencialmente incorrem na desobediência e rebeldia, causando aos seus proprietários amargos de boca “inesperados” por falta da imposição que estabelece a regra. As mesmas agruras passarão aqueles que irão adquirir cães muito-dominantes, mesmo que oriundos de raças que à partida são de natureza mais submissa. Como estes desaguisados engrossam as fileiras escolares e nem todos os binómios alcançam a sua constituição efectiva, convém que cada um escolha o cão adequado para si e não aquele da raça que gostaria de ter. Daqui lançamos um pedido aos canicultores, que vendam cachorros de acordo com o perfil psicológico de quem os quer adquirir, porque se a coisa der prò torto é o cão que irá pagar! Se você pretende adquirir um cachorro, não sabe como o escolher e não quer receber kit de problemas, contacte-nos, pois estamos cá para o ajudar e nada lhe cobraremos.