terça-feira, 4 de janeiro de 2022

O CLÃ NOCTURNO DOS CÃES

 

Congregados em torno dos cães e irmanados nos mesmos propósitos, cientes da responsabilidade individual para o enriquecimento pedagógico colectivo, os alunos da Acendura são um pequeno clã nocturno que diariamente se dedica ao adestramento e ao seu aprimoramento, a despeito das horas, do frio e do cansaço. A aula de ontem assentou sobre a obediência e a futura condução em liberdade de todos os cães. Na foto acima vemos o grupo escolar a desenvolver um exercício colectivo precursor da condução em liberdade e na foto seguinte vemos a Cachorra CPA negra Gaia a ser conduzida desse modo (solta, sem trela).

Também o cachorro CPA Jonas, agora com pouco mais de 5 meses, deu os seus primeiros passos na condução em liberdade, muito embora careça de maior motivação que os demais, por ser mais sensível, naturalmente tímido e pouco competitivo. Não obstante, ontem deu um passo gigante para a sua capacitação.

O seu desempenho num obstáculo que promovia simultaneamente a sua autonomia e controlo foi quase perfeito, mostrando ainda alguma dificuldade na marcação e na consequente entrada aos saltos.

O CA Oliver, o mais estarola dos cães escolares, perito em ludibriar os donos e um dos melhores atletas deste centro canino, chegada a hora de andar em liberdade, decidiu pôr-se em fuga logo na primeira curva e aplicar uma verdadeira faena ao seu condutor, sendo caso para se dizer “que não está para as curvas”.

Convidado para o obstáculo de autonomia e controlo, com a trela posta, portou-se como um verdadeiro anjinho ou menino de coro, para além de manifestar muita alegria, rara elasticidade e notório poder físico.

O veterano CPA lobeiro Bohr, a quem coube ser Chefe de Fila, fez o obstáculo à trela para exemplificar para os demais o modo correcto de vencê-lo. O Paulo esteve em “dia sim” e o cão como é seu hábito não complicou.

Na foto seguinte vemos o grupo escolar a executar outro exercício colectivo visando a futura condução em liberdade dos cães – mãos à nuca – sendo a classe apanhada de costas por desatenção da fotógrafa nomeada, a quem agradecemos desde já a reportagem.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Carlos/Oliver; Jorge/Gaia; Paulo/Bohr e Pedro Mortágua/Jonas. A reportagem fotográfica esteve a cargo da Inês e a montagem dos GIFs coube ao dono do CPA Bohr. A cachorra CPA negra Gaia, que ontem ganhou o cognome de “Bela Vista” (vá-se lá saber porquê), mostrou-se mais atenta e concentrada no trabalho. O CPA Jonas está a fazer-se um matulão e também um refilão de primeira. O bom do Bohr lá vai amparando o Paulo e o CA Oliver persiste em mandar na sua casa, não reconhecendo de imediato a autoridade dos seus donos (temos muito trabalho pela frente!). A noite esteve magnífica e o treino deu os seus frutos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

BALTIMORE PLOY

 

O valor de mercado dos cães pequenos e miniatura é o pior inimigo dos seus proprietários, porque incorrem no perigo de ficar sem eles atendendo ao crescente número de roubos verificados dos dois lados do Atlântico Norte. Apesar dos estratagemas utilizados pelos criminosos serem os mais diversos, a sua criatividade parece estar longe de se esgotar e o seu êxito difícil de combater. Na cidade de Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, na véspera de Natal, por volta das 23 horas, Joshua Griggs passeava os seus dois Yorkies, Butters e Boba, perto da Baltimore Street, quando foi abordado por uma mulher que lhe deu os parabéns pelos cães e que lhe perguntou se poderia mostrá-los à avó dela, que se encontrava estacionada nas proximidades.

Griggs anuiu ao pedido e quando chegaram ao carro, não havia ninguém lá dentro. Rapidamente um homem se aproximou de arma em punho e exigiu que o dono dos cães lhe entregasse o seu telemóvel e dinheiro. Depois disso, a mulher levou-lhe os Yorkies e só aí percebeu que o homem e a mulher eram parceiros naquele crime. Griggs disse que o ladrão ameaçou matá-lo, os seus cães e dois transeuntes, caso falasse muito alto ou causasse algum embaraço. A dupla de assaltantes pôs-se em fuga com outro homem, que o dono dos cães diz ter funcionado como vigia para o casal. A polícia municipal confirmou que está a investigar o roubo, mas ainda não efectuou nenhuma prisão. Que cada um tire as suas conclusões e possível proveito, porque isto não acontece só aos outros!

TEXAS: “SAFE OUTDOOR DOGS” ENTRA EM VIGOR ESTE MÊS

 

O projecto de lei 5 do Senado do Texas, conhecido como “Safe Outdoor Dogs Act” foi assinado pelo Governador Greg Abbott em outubro do ano transacto, entrará em vigor este mês. Esta lei visa reduzir e prevenir a negligência e o tratamento desumano dos cães, proibindo a prisão destes animais em correntes no exterior e obrigando os seus donos a providenciar-lhes um abrigo adequado contra climas extremos e fornecer-lhes de água. Em simultâneo, a nova lei elimina também o período de espera de 24 horas para que a polícia intervenha nos casos em que os cães corram o risco de receber tratamento desumano.

Parece não haver dúvida que a maioria esmagadora dos texanos trata muito bem os seus cães, como não há dúvida que esta lei mereceu a total aprovação de Jennifer Young, Directora Executiva da Aggieland Humane Society, que entende a nova lei como um padrão de tratamento para os animais, garantindo as suas necessidades básicas, o acesso à comida e à água, a extracção dos seus dejectos, o poderem movimentar-se livremente e terem um abrigo capaz contra as intempéries. A “LEI DO CÃO SEGURO AO AR LIVRE” entrará em vigor no próximo dia 18 deste mês.

OS NOVOS DETECTORES DE PoAO ESCOCESES

 

Alguns países já os têm, ouros tê-los-ão em breve e a Escócia acaba de recebê-los, estamos a falar de cães detectores de produtos de origem animal, internacionalmente designados por “PoAO” (Product of Animal Origin). Com o aval e financiamento do governo escocês foi formado um esquadrão canino com esta especialidade para reduzir o risco de doenças exóticas que chegam à Escócia. Homens e cães passaram por um robusto programa de treino e de avaliação e estão agora a dar início às suas missões nos aeroportos, portos e centros de encomendas de todo o país.

Ao farejar produtos de origem animal, estes cães poderão ajudar a prevenir a introdução de doenças de animais exóticos em terras escocesas, como é o caso da febre aftosa e da peste suína africana, doenças que não afectam os cães, mas que atacam impiedosamente o gado bovino e suíno. Os números fornecidos pela Border Force North mostram que em 2020 mais de uma tonelada de produtos de origem animal foi apreendida em portos e aeroportos a pessoas que chegavam à Escócia.

Este investimento do governo escocês nos cães detectores de PoAO visa manter estável e segura a sua economia rural (política agrícola), através da detecção de produtos ilegais de origem animal (combate ao contrabando). Os dados fornecidos pela Border Force North ajudam a determinar a origem do PoAO e a identificar em que ocasiões as apreensões estão acima da média. As autoridades escocesas mantêm estreita colaboração com faculdades e universidades para garantir que os estudantes internacionais que estudam na Escócia fiquem cientes das regras relativas à importação de PoAO.

Mairi Gougeon, secretário dos assuntos rurais, disse a propósito: “É importante que as pessoas se lembrem ao viajar, principalmente durante o período festivo, que não devem trazer carne ou produtos derivados de carne consigo quando retornam ao Reino Unido, pois podem transmitir doenças como a peste suína africana. “É vital manter o sector suíno do Reino Unido seguro e livre desta doença devastadora.” A directora assistente da Border Force Scotland Marie Craig, referindo-se ao importante trabalho destes cães, afirmou: “Os cães detectores da Border Force protegem o Reino Unido de mais de uma tonelada de produtos potencialmente nocivos que podem espalhar doenças a cada ano que passa.

A sua implantação nos nossos portos aumentará ainda mais a nossa capacidade de proteger o público de doenças exóticas importadas (preocupação com a saúde pública).” Cães assim treinados e testados fazem por cá falta para ajudarem a proteger as nossas políticas agro-pecuárias, como fazem falta cães capazes de detectar diamantes em bruto, o que até hoje não foi possível, apesar do seu excessivo contrabando e possível apoio a actividades subversivas e terroristas.

domingo, 2 de janeiro de 2022

AMESTERDAM IN OORLOG

Amesterdão parecia estar em guerra hoje por ocasião de uma manifestação anticonfinamento levada a cabo por uma multidão furiosa, que protestava aos milhares contra as medidas do confinamento e contra a vacinação do Covid 19. Vários vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que a polícia de choque holandesa, munida de cassetetes, cães e cavalos tentou dispersar vários milhares de manifestantes, atacando-os sem dó nem piedade.

O Presidente da Câmara de Amsterdão, Femke Halsema, emitiu um decreto de emergência, autorizando a polícia a “limpar” a praça central do Museu, depois que os manifestantes violaram a proibição de realizar reuniões públicas durante a última vaga de infecções por coronavírus. Os manifestantes, que na sua maioria não usavam máscaras e violavam as regras de distanciamento social, também ignoraram a ordem de não marchar e caminharam por uma via principal, tocando música e segurando guarda-chuvas amarelos em sinal de oposição às medidas do governo.

Os Países Baixos entraram num bloqueio repentino a 19 de dezembro, com o governo a ordenar o encerramento de todas as lojas, excepto as essenciais. Restaurantes, cabeleireiros, academias, museus e outros locais públicos estarão assim encerrados pelo menos até 14 de janeiro, segundo anunciou repentinamente, no sábado à noite, o primeiro-ministro neerlandês Mark Rutte. Reuniões públicas de mais de duas pessoas são proibidas pelo conjunto de restrições actual. Como outros países europeus, a Holanda impôs estas medidas num esforço para prevenir uma nova onda da variante Ómicron do coronavírus, que poderia vir a sobrecarregar o sistema de saúde holandês já sobrecarregado.

A notícia apanhou de surpresa e foi um tremendo choque para muitos holandeses neste período de Natal e Ano Novo, que no sábado se virem obrigados a correr para comprar brinquedos, comida e cortar o cabelo à última hora. Os trabalhadores do sector da hotelaria exigiram compensação pela perca de renda durante o confinamento, enquanto os proprietários dos ginásios enfatizaram a importância dos exercícios durante uma crise de saúde. "Fechar todos os bares e restaurantes num mês tão importante é incrivelmente doloroso e dramático. Precisamos de uma compensação e de uma estratégia de saída para o problema ", disse a associação holandesa dos serviços de hotelaria.

Todas as escolas permanecerão fechadas até pelo menos 9 de janeiro, enquanto é exigido às famílias que não recebam mais do que duas visitas em casa e que não se encontrem com mais do que 2 pessoas no exterior. As infecções por coronavírus na Holanda caíram para níveis recorde nas últimas semanas, depois que um bloqueio nocturno foi levado a cabo no final do mês passado. Malinois, Pastores Holandeses e outros foram chamados a intervir, não deram tréguas aos manifestantes, denunciando as razões que presidiram à sua criação e treino!

Teria a polícia holandesa enveredado por um uso desproporcional de força? Só os implicados o saberão dizer e a história di-lo-á mais tarde, não só como aconteceu e porquê, mas explicará também as suas consequências directas para os Países Baixos, para a restante Europa e para o Mundo.

Quanto aos binómios envolvidos, parece-me que tiveram um dos melhores “treinos” da sua vida; quanto às vítimas, é possível que não voltem a ver aqueles cães do mesmo modo.  

FINDAR O ANO A CAÇAR

 

Na localidade de Densbüren, no Cantão suíço de Aargau, situado no norte do País, entre Basel e Zürich, sexta-feira à tarde, dia 31 de Dezembro, um cão conseguiu esgueirar-se de quem o vigiava e matou um veado, fugindo depois perante a aproximação de um guarda-florestal que testemunhou o abate.

O proprietário do cão ainda não foi identificado e a polícia cantonal procura agora testemunhas que possam fornecer informações sobre o animal. Segundo informações iniciais, trata-se de um Border Collie de pêlo comprido, com pescoço branco e com uma coleira verde larga. Este Border Collie decidiu findar o ano a caçar! Curiosamente, os cães desta raça, que são verdadeiras máquinas de trabalho, prestam-se com igual facilidade para o pastoreio e para a caça, podendo transformar-se inclusive em atentos, activos e incansáveis cães de guarda. Raramente o Cantão de Aargau é notícia, apesar de ser a terra de origem da Haus von Habsburg que reinou sobre a Áustria e que tantas cabeças coroadas deu à Europa.