sábado, 6 de outubro de 2018

FLY SVETA, FLY, QUE O PAULO TAMBÉM VAI!

Este Sábado foi bastante profícuo em matéria laboral. Depois de ensaiarmos todos os detalhes respeitantes a um salto binomial pretendido, preparámos os cães para não dificultarem a vida aos seus condutores, ensinando-os a saltar sensivelmente a mesma distância de banco em banco, trabalho preparatório que não tem registo fotográfico porque o fotógrafo de serviço tinha as mãos nas algibeiras. Assim, na foto acima podemos ver a Svetlana literalmente a voar com o Zeus sobre um idílico riacho e na foto abaixo vemos o Paulo a seguir o seu exemplo na companhia do Bohr.
Com o Black no quintal e a não gostar de ser importunado, coube-me levar o Paco para o treino e, como cão do “chefe”, não teve a vida facilitada, sendo sempre o primeiro a exemplificar e a fazer os exercícios pretendidos, mostrando uma capacidade bem acima da média atendendo ao pouco treino que tem (há por aqui quem diga que é muito mal-empregado). Na foto seguinte vemo-lo a saltar um banco de jardim com relativa facilidade.
Como se tornava imperativo treinar passagens estreitas, porque tínhamos como objectivo pôr os cães a evoluir sobre muros de alvenaria, aproveitámos um barrote de madeira com 10 cm de largura para o efeito, onde para além da passagem, pedimos aos cães que se sentassem e fizessem a inversão de marcha. Na foto seguinte podemos ver o Paulo e o Bohr nesse trabalho.
Debaixo do mesmo trabalho e sobre o mesmo barrote, podemos a ver a Svetlana a mandar o Zeus sentar-se, tendo o cuidado de o equilibrar e de o ajudar no cumprimento da figura, que atendendo à pouca base, não era fácil para um inexperiente cachorro fazer.
Passagens estreitas é com o Paco, porque confia em quem o conduz, é concentrado e equilíbrio é coisa que não lhe falta. Vale a pena observar o desembaraço deste cachorro CPA. O desempenho do Paco chamou à atenção do Paulo Motrena que, quando fala, é geralmente para se queixar que está mal da perna ou do joelho. Mas desta vez inovou e disse acertadamente. Cães pretos!
Na foto seguinte, de rara beleza mas falha de plano, porque mostra o óbvio e não a dificuldade do exercício, vemos os 3 cães em classe sentados sobre obstáculos de musculação humana sem o acompanhamento dos seus condutores e debaixo do comando de “quieto”, o que equivale a dizer que fizeram este comando sobre uma superfície instável, apesar da serenidade que emanam.
Depois disso evoluímos para o topo dos muros, fazendo primeiro os mais largos e planos, para depois evoluir para os mais estreitos e redondos. Na foto seguinte podemos ver a classe a evoluir sobre um muro baixo, plano e largo como introdução, deslocando-se na frente da classe escolar o binómio constituído pelo treinador e pelo Paco.
Como nesta escola os cães só vão ao colo dos donos debaixo de necessidade extrema, quer sejam grandes ou pequenos, todos têm que aprender a subir rampas íngremes para melhor acompanharem os seus condutores. Na foto seguinte é possível ver a Svetlana a ensinar o Zeus a subir uma escora de muro para chegar ao seu topo, trabalho que executaram sem dificuldade.
E como subir implica em descer e para baixo nem “todos os santos ajudam”, quando não há outra alternativa, somos obrigados a ensinar os cães a descer em segurança, para que não venham a estatelar-se no chão, despropósito geralmente acompanhado por uma ou mais lesões. Assim, os cães deverão escorregar pelas paredes enquanto tal seja possível, para diminuir a distância que os separa do solo e o impacto. Na foto seguinte podemos ver o Paco a fazê-lo exemplarmente.
Com os cães a subir e a descer naturalmente, optámos depois por convidá-los a caminhar sobre um muro alto, redondo e estreito, primeiro isoladamente e depois em grupo. A foto abaixo desnuda o alcance desta meta. Os condutores viram-se obrigados a travar os cães, porque a confiança dos animais era tanta que queriam executar o trabalho a galope.
Alguns dos nossos leitores perguntarão o porquê deste trabalho e digamos que estão no seu direito. Uma aula assim aponta para um quíntuplo objectivo, a saber: 1º _ Robustecimento da liderança; 2º _  Superior preparo dos condutores; 3º _  Aumento da versatilidade canina para fins julgados úteis; 4º _ Maior confiança nos condutores por parte dos cães e 5º _ Potenciação da cumplicidade binomial.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João/Paco; Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. A reportagem fotográfica esteve a cargo do suspeito do costume e ainda demos algumas dicas sobre adestramento a quem connosco se cruzou, gente tão boa que não se importa de fazer dos seus cães deuses, ainda que eles se venham a revelar déspotas e tiranos.
Neste momento os cães encontram-se a dormir e a relaxar do trabalho matinal. Quanto ao Paco, a dormir encostado à porta de entrada, comeu um reforço de 3 kg e deve estar a sonhar com as planícies verdejantes que sempre invadem os sonhos dos cães felizes. Bom fim-de-semana!

Sem comentários:

Enviar um comentário