domingo, 28 de novembro de 2021

CRÓNICA DO COCKER QUE ESTAVA PARA MORRER

 

Na cidade inglesa de Northampton, no passado dia 10 deste mês, um Cocker Spaniel chamado Spud, aparentava estar apático, flácido e depois começou a vomitar, o que deixou a sua dona muito preocupada e nervosa, a julgar que ele ia morrer, provavelmente por ter comido algo venenoso, já que o mundo é muito perigoso. Cada vez mais assustada, a senhora ligou para o veterinário e de lá pediram-lhe que verificasse o estômago do animal e que lhe tirasse a temperatura. Embora todos entendessem o problema como um mal-estar passageiro, a dona, Charlie Oliver, sentou-se após o telefonema e foi para o Google à procura das possíveis causas do desconforto do seu cão. Terminada a pesquisa, Charlie convenceu-se que o Spud estava mesmo a morrer, porque ele olhou para ela com os olhos muito tristes, o que a fez entrar em pânico, por não conseguir entender o que se estava a passar, sendo o animal tão jovem.

Não obstante, a dona aflita tentou acalmar-se. Afinal todos, menos ela, acreditavam que o Spud já estaria melhor na manhã seguinte. Preocupada com a sorte do seu cão, Charlie tentou dormir, mas sem grande sucesso. Por volta das 3 da manhã foi à cozinha fazer um chá para se acalmar. No trajecto, reparou em algo na cesta de dormir do animal. Ao olhar para a cesta com mais pormenor, descobriu que o Spud havia escondido uma embalagem de petiscos para cão debaixo da almofada. De repente fez-se luz e Charlie percebeu o que havia acontecido, o Cocker tinha roubado secretamente a embalagem do armário e acabou por comer demais, o que a levou a um leve praguejar. Ao fazer a contagem, a senhora descobriu que o Spud deveria ter comido à volta de 35 mastigáveis destinados à higiene dentária dos cães! Quando chegou a manhã, conforme foi prognosticado, já o cão se encontrava bem, mas a sua dona continuava com raiva.

Narrei esta notícia, dada em primeira mão por um tablóide inglês, por causa da sua importância para o bem-estar e saúde dos cães, também porque este não é um caso isolado e infelizmente acontece com alguma frequência, por vezes até com fatídicas consequências. A entrada de um cão numa família obriga todos os seus constituintes a não deixar nada ao alcance do animal, a não consentir que suba a mesas e balcões sem autorização, a não lhe dar de comer quando a família se encontra à mesa, a não deixar restos de comida por todo lado e a impedi-lo e acercar-se dos caixotes do lixo. Medicamentos, alimentos e biscoitos jamais deverão estar ao alcance do animal, para que este não venha a sofrer de alguma intoxicação aguda ou ver-se à perna com problemas digestivos de maior ou menor gravidade. Do mesmo modo, alimentos, medicamentos, guloseimas, produtos de higiene pessoal e da casa deverão ser para ele inacessíveis. Se porventura houver crianças no agregado familiar, estas deverão aprender a respeitar estas regras, o que não dispensa a justificada supervisão dos adultos. Os cães com excelente impulso ao alimento são os que mais concorrem para o problema, o que irá exigir um cuidado redobrado, cuidado que deverá ser também estendido aos cães maiores que depressa chegarão a sítios inimagináveis, quer empoleirando-se quer saltando.

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