quarta-feira, 17 de novembro de 2021

AS FOTOS DESTE BLOGUE NÃO SERVEM SÓ PARA ILUSTRAR OS TEXTOS

 

As fotos deste blogue não servem só para ilustrar os textos, relembrar actividades passadas ou embelezar as dos dias anteriores - elas tem um fim pedagógico – mostrando os erros e acertos de quem os cometeu e “educando a vista” de quem as vê, visando o aprimoramento técnico dos primeiros e o conhecimento dos últimos. Na nossa aula nocturna de ontem demos preferência aos comandos gestuais na execução do tricomando básico (alto, senta e deita), procurando o seu esmero que passa pela sincronia entre o gesto do condutor e a execução da figura pelo cão. A opção pela linguagem gestual, que surge como reforço da verbal, prende-se com a necessidade de ordenar comandos à distância e com a necessidade de evoluções silenciosas, o que em matéria de segurança é mais do que desejável. Serve também esta linguagem operacional para ajudar aqueles condutores que, por diversas razões, não têm uma voz forte e modelada. Na foto acima vemos a Leonor a mandar sentar a SRD Cookie e na foto seguinte o José Maria a ordenar o mesmo à cachorra CPA Dream. Estarão a executar as suas tarefas correctamente? E se não estão, o que deverão corrigir?

No primeiro caso, no da Leonor e da Cookie, a cadela já se está a querer deitar-se quando a menina está a ordenar-lhe que se sente, pormenor denunciado pelo abatimento da cabeça do animal e pelo ângulo tomado pelos seus anteriores. O que terá contribuído para o desacerto? Basicamente dois erros da condutora somados ao particular da cadela. Os erros assentam na ausência da contagem de 3 tempos entre as duas figuras (1) e no impacto visual (2) que a condutora insiste em causar ao animal, que somados ao carácter submisso da cadela causam o desacerto e indiciam estarmos na presença de um animal medroso. Na foto é ainda possível reparar no abatimento do queixo da condutora, postura imprópria e causadora de intimidação (impacto visual) a quem já não é muito segura. No 2º caso, o relativo ao José Maria e a Dream, vê-se perfeitamente que o condutor está com dificuldades em sentar a cachorra, já que a resistência do animal é por demais evidente e própria de quem é valente e não quer obedecer a um estranho. O José Maria tem que conquistar o coração da cachorra e pô-la a olhar para si, acalmá-la e só depois, gradualmente,  tentar interagir com ela, porque doutro é o dono a mandá-la sentar e ela a querer fugir. Percebe-se , sem margem para dúvidas, que a figura está ser tirada à força, bastando para isso reparar na torção do tronco e no afastamento das pernas do condutor. Já agora adianta-se que nenhuma figura do tricomando básico é tirada de “perna aberta”, mas sim com os pés unidos, o tronco direito e imóvel, o queixo levantado a cabeça fixada na linha do horizonte (é o cão que deve olhar para o dono e não o contrário).

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Inês/Oliver; Leonor/Cookie e José Maria/Dream. As fotos são da autoria do Carlos Silva; os trabalhos decorreram dentro na normalidade exigível e a classe alcançou o aproveitamento expectável.

(1)Entre as figuras do tricomando básico, os condutores deverão contar para si até 3 (3 tempos), solicitando só depois a figura ascendente ou descendente seguinte, para que os cães não executem mecanicamente e num só movimento todo o tricomando a despeito da orem dada. (2) Considera-se impacto visual toda e qualquer postura de um condutor que sugira tensão ou intimidação. 

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