domingo, 27 de janeiro de 2019

UMA PATINADORA CHAMADA MATILDE

Ontem trabalhámos de manhã e de tarde, parando somente para almoçar num pequeno restaurante afamado pelos seus pratos de peixe, sito numa estreita rua medieval onde o sol só entra no Verão. Iniciámos os trabalhos mais tarde, cerca das 11 horas, para termos a companhia do José Maria e da CPA Mel, que são o nosso binómio mais recente. Na foto abaixo é possível vê-lo a evoluir debaixo do comando de “junto”.
As pequenas Doberman Lupa e Russa mostraram, outra uma vez, uma significativa predisposição laboral e parecem ser feitas de fibra igual à dos campeões, porque não se encolhem aos desafios e parecem ser incansáveis avançando decididas para cima do que tiveram à frente, deslocando-se invariavelmente adiantadas em relação aos seus condutores, facto que a foto seguinte não desmente.
A Svetlana foi objecto das explicações necessárias para não voltar a andar a reboque do Zeus e aprender a usar mais a voz do que a força, para não abusar do cão que lidera e tê-lo sempre à sua disposição - para o que der e vier. Em simultâneo, foi exortada para alcançar outros índices atléticos, condição indispensável para quem conduz um cão saudável acima dos 70 cm de altura, tarefa que não é fácil por exigir dos condutores alguma preparação atlética específica e jovialidade. Na foto abaixo é possível ver este binómio a executar o “junto” em passo de corrida e vale a pena reparar no comprimento da passado do Doberman.
Por solicitação do José Maria, que aparece na foto abaixo como de fila-guia da classe, ensinámos a sua CPA a deitar-se, tarefa que a Mel venceu facilmente ao fim de três ou quatro tentativas bem-sucedidas, não fosse ela uma pastora alemã curiosa, decidida e sempre bem-disposta.
Da parte da tarde, com o sol a brilhar e uma temperatura primaveril, para levar de vencida a sonolência provocada pelo almoço, iniciámos os trabalhos sobre duas extensas escadarias de um auditório ao ar livre, no intuito de dotarmos os binómios de maior resistência, predicado que ainda é parco no João Mendonça, apesar das suas significativas melhoras. Para o progresso deste condutor, no que à disponibilidade física diz respeito, muito tem contribuído a cadelinha que conduz – a Lupa - que apesar da sua tenra idade e pouco peso, carrega-o para toda a parte (a foto abaixo ilustra cabalmente o que acabámos de dizer).
Ao José Maria sucede-lhe exactamente o contrário, porque se vê obrigado a rebocar a Mel, que acostumada a andar toda a semana em liberdade, manifesta por vezes algum desencanto pela condução atrelada debaixo de ordens. O problema é passageiro e brevemente será ultrapassado. Na subida das escadas, conforme se pode observar na foto seguinte, este condutor teve que se empregar a fundo para ter a cadela ao seu lado.
Neste trabalho o binómio Svetlana/Zeus deslocou-se como se evoluísse em piso plano. A opção pelas escadas ficou também a dever-se à necessidade que esta condutora tem de fazer alongamentos, melhorar o seu arranque e arranjar maior resistência.
A Andreia e a Russa parecem feitas uma para a outra e, de tal modo o são, que a expressão “cara de um focinho do outro” parece ter sido criada por causa delas. A Russa tem vindo a melhorar o seu desempenho e hoje mostra-se mais segura, não hesitando em ajudar a sua condutora na subida de escadas.
Depois das escadas optámos pela instrução circular e valemo-nos duma pequena patinadora que apareceu ao nosso lado, uma miúda segura e bem-disposta chamada Matilde, nome que não soa estranho a quem teve uma avó chamada Matilde, uma namorada e uma filha com o mesmo nome. Como somos precavidos e não queremos que algum dos nossos cães venha a atacar crianças ou patinadoras, pedimos à menina que patinasse por entre os binómios presentes em classe. Todos os cães evidenciaram um comportamento irrepreensível.
De um momento para o outro, como se tivesse vindo do nada, eis que surge uma família com um bebé transportado num carrinho. O adestrador apossou-se imediatamente do carrinho e prendeu o Zeus nele, no intuito de reforçar o “junto” do animal, de vencer a sua timidez e de prepará-lo para toda e qualquer eventualidade. Quem assistiu ao desempenho do mestre disse que ele levava jeito e que parecia já estar acostumado.
Depois de ter adaptado o Doberman naquela tarefa, o adestrador entregou-o à sua condutora, esperando dela o mesmo desempenho, o que felizmente veio a acontecer. O Zeus tem tudo para ser um excelente cão e tem-no provado ao longo das sessões de treino em que tem participado. Grande responsabilidade tem a Svetlana!
Com a pequena Matilde à nossa disposição, sentindo-a determinada e confiantes no cão, pedimos à patinadora que levasse o Zeus a dar uma volta, que patinasse com ele atrelado. Conforme o esperado, tudo correu às mil maravilhas e o cão parece ter gostado.
Para cúmulo do que já havíamos feito, lançámos novo desafio à nossa “patinadora de serviço”: que conduzisse o carrinho de bebé com o Zeus preso nele! Desafio feito, aposta ganha! Garota e cão foram aplaudidos por quem assistiu ao seu desempenho.
E porque não há nada melhor do que obstáculos de projecção negativa para ensinar os cães a não tocar nas barreiras verticais, depois de nos despedirmos da Matilde, optámos por vários saltos sobre bancos de jardins, saltando-os de trás para a frente. Na foto seguinte podemos ver o desempenho do binómio J. Maria/Mel.
Depois aproveitámos como bandeiras de slalom uns ferros verticais que impedem os carros de estacionar sobre a calçada, reforçando ali a cumplicidade dos binómios pela divisão do alegre trabalho proposto.
Terminámos o nosso plano de aula com a execução do comando de “quieto”, servindo os cães mais velhos de exemplo para os mais novos. As duas pequenas irmãs Doberman, a quem não é ainda exigido que se sentem, porque não convém enfraquecer-lhes o carácter, começam já a evidenciar a segurança que as levará à plena aceitação desta ordem (“quieto”).
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Andreia/Russa; João/Lupa; J. Maria/Mel e Svetlana Zeus. O Paulo Motrena continua de convalescença e tivemos notícias da Carla, que felizmente se encontra bem e que finalmente levou a Maggie para dentro de casa, decisão que a Bull Terrier já reclamava desde o dia em que entrou naquela casa. E sobre o dia de ontem nada mais há acrescentar, resta-nos agradecer à Matilde a sua colaboração e que outras surjam para nos ajudar. Continuação de bom fim-de-semana!

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