Numa
pesquisa recente realizada pela RSPCA (Royal
Society for the Prevention of Cruelty to Animals), mais de 75 por cento das
pessoas no País de Gales acreditam que criar cães com problemas genéticos de
saúde é inaceitável, o que destaca a preocupação pública com o bem-estar das
raças de focinho achatado, como buldogues franceses, ingleses e pugs (entre
outros). Apesar destas preocupações, estas raças têm-se tornado cada vez mais
populares, indo invariavelmente parar às mãos de proprietários desavisados que
enfrentam os sérios problemas de saúde desses cães e que sujeitam a dispendiosas
contas de veterinário. Esme Wheeler, especialista em cães da RSPCA, disse:
“Eles (os cães braquicéfalos) estão aprisionados num corpo que é doloroso,
inibidor e que os impede de serem cães”, acrescentando que as três raças que
mais sofrem – pugs, buldogues ingleses e buldogues franceses – foram
“normalizadas” e celebradas na publicidade, que promoveu a procura pela sua
aquisição, apesar dos seus problemas de saúde. Como parte da campanha “BORN TO SUFFER”,
a RSPCA apela ao fim da criação extrema e, em vez disso, dá prioridade à saúde
e ao bem-estar dos cães. Sra. Wheeler conclui: “É importante que as pessoas
saibam que quando veem fotos ‘fofas’ de um pug no Instagram, a realidade por
trás da foto é muito diferente”.
A opinião
agora conhecida dos galeses acerca dos cães braquicéfalos, mesmo que não seja
comum a todos os britânicos, vai de encontro as parecer generalizado de muitos países,
governos e associações de bem-estar animal, que reclamam há muito o fim da
criação destas raças, havendo inclusive países que já o fizeram e outros que
breve seguirão o seu exemplo, atendendo ao desgraçado quadro clínico destes
cães. Assim, atendendo ao cão da moda, pergunta-se: terá o Buldogue Francês os
dias contados?
Tê-los-á
se continuar a ser criado como até aqui; não os terá se lhe restituírem o
focinho! Penso que sub-repticiamente, porque são os primeiros interessados na
continuação desta raça até agora altamente lucrativa, os seus criadores já
estão a alterar gradualmente o focinho destes cães sem contudo lhes alterar as
características que os elegeram como preferidos de muitos.
Todos os braquicéfalos irão passar por
um processo selectivo idêntico graças a uma maior consciência sobre os direitos
dos animais, profundamente enraizada nos mais novos também pelo contributo da
ciência. O empirismo puro e simples, aquele que era realizado para se ver o que
sucedia por ausência de explicações, terá outras aplicações para além da canicultura,
porque nos cães ele já causou mal que baste.
PS: Quando procurar adquirir um cachorro Buldogue Francês procure por uma ninhada cujos reprodutores não tenham o focinho exageradamente achatado e escolha o cachorro que tiver o focinho mais comprido. Esta deverá ser a sua primeira preocupação, depois de verificar o despiste das doenças mais comuns que afligem a raça.
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