
Apesar
da antiguidade ser um posto, aprendi nas minhas andanças militares que “hábito
não é regulamento” e muito menos o serão os maus-hábitos. Todos os anos e nos
mais diversos lugares, inclusive no dito primeiro mundo, os cães de família
acabam por matar crianças de tenra idade longe dos olhares dos pais, que por
descuido ou ignorância as deixam sós com os animais, hábito que há muito
deveria ter sido banido face às suas terríveis e funestas consequências. Desta
vez o trágico incidente aconteceu em Châlons-en-Champagne, uma cidade no nordeste
da França, capital do Departamento de Marne, na região do Grande Leste, na
passada quarta-feira, 20 de janeiro, por volta das 21h30, onde uma menina de
dois anos foi atacada por um cão tipo Malinois, quando se encontrava a brincar
no quarto dos pais. A criança acabou seriamente ferida nos olhos, bochechas,
queixo e rosto, sendo transportada para o hospital. O cão, com 4 anos de idade
e com 1 apenas na posse daquela família, foi entregue aos cuidados da SPA (Société
Protectrice des Animaux), enquanto decorrem os trâmites processuais para determinar
qual o seu destino.

A convivência
entre cães e crianças sem senso de responsabilidade, carece de regras e a
primeira é nunca deixar que isso aconteça sem a presença de um adulto, regra
que ao ser cumprida evitará lesões sérias, muitos traumas e algumas mortes. A
escolha de um cão adulto para um lar com uma criança de tenra idade deverá ser
criteriosa o suficiente para evitar que ela venha a ser molestada. Nem todos os
cães servem, nomeadamente os de forte sentimento territorial e os de elevado
instinto de presa, porque não vêem com bons olhos o roubo dos seus pertences e
tendem a defender aquilo que é seu. Como a adopção de um cão pode resultar na
perca de um filho ou de um neto, caso perceba pouco de cães, procure um
especialista para o ajudar na escolha acertada. Não havendo essa
possibilidade, opte por uma cadelinha castrada ou por um cachorrinho a quem
você desde logo estabelecerá os seus limites. A escolha de um cão adulto
dificilmente dispensará algum tipo de treino capaz de adequar o comportamento
do animal à presença da criança, quer o animal tenha chegado ao lar antes ou
depois dela. Cães e crianças pequenas sozinhos? Nem pensar!
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